Não era a “terra arrasada” (por Sergio Trigo)

Prezados amigos, saudações tricolores!

Era um jogo chave. Depois de uma dolorosa eliminação na Sulamericana, tínhamos pela frente o incensado time do Botafogo, aquele amontoado de Romarinhos alvinegros que no imaginário de parte da torcida tricolor lembra muito o escrete de 70.

Vi muitos amigos preocupados. Em tom de ameaça, ouvi de um suposto tricolor que o portentoso time do Jairzinho-zinho nos aplicaria uma retumbante goleada, fazendo vingar o inesquecível “Seven Up” de 1994! Aham…

Pois bem. Nada como um joguinho contra o America da Zona Sul, no nosso bom e velho salão de festas, para ajudar a espantar o injusto fantasma que vem nos ameaçando durante boa parte do segundo semestre deste ano. Xô! Sai prá lá!

Isso porque o Abel resolveu poupar o Gum (que em quatro anos de Fluminense já tinha mais Brasileiros do que eles em cento e tantos anos de existência) e com zero minutos de jogo o Renato Chaves resolveu entregar a rapadura para um daqueles Romarinhos que eles têm por lá.

No fim, deu o que deveria dar todas as vezes em que o nosso time joga com a vontade necessária para ganhar os jogos. Porque não jogamos sempre assim, não sei. Diferentemente de muitos, aliás, não faço a menor ideia. Sim, porque em se tratando de Fluminense, o que mais tem por aí é gente falando com absoluta certeza sobre algo que não faz a menor ideia.

Não é porque ganhamos do escrete de Pimpão que nos tornamos a enésima edição da Máquina Tricolor, mas nosso time não é tão ruim como se propaga por aí. Temos deficiências sérias, é verdade, mas a maioria delas me parece mais relacionada ao comportamento dos jogadores em campo de que à sua qualidade técnica em si. Se você discorda, compare os nossos jogadores com os de outros times, como o Botafogo, por exemplo.

Pagamos caro o preço das 673 contusões que assolaram as Laranjeiras durante o ano. E com tantos e tantos problemas, é óbvio que uma hora ia faltar elenco. Pagamos pela inexperiência de alguns jogadores e pela falta de malandragem de outros, não tão inexperientes assim.

Pagamos também pelo excesso de mexidas no time e pelas inimagináveis escalações de jogadores muito abaixo do mínimo esperado para vestir a camisa do Fluminense. Temos alguns desses, é verdade. Pagamos também pela saída do Richarlison (veja você a que ponto chegou o futebol brasileiro!).

Pagamos, principalmente, por não termos sido capazes de colocar a mesma intensidade das últimas partidas em boa parte dos jogos que disputamos na temporada. Se somarmos os pontos que deixamos escorrer por entre os dedos nos minutos finais das partidas ao longo deste Brasileiros, teríamos pontuação de Libertadores.

A única coisa que quero dizer com isso é que não podemos pensar em “terra arrasada”. O ano ainda não acabou e está sendo muito complicado para nós tricolores. Os resultados não vieram esse ano, é verdade, e isso é absolutamente frustrante, mas temos um grupo de jogadores que pode servir de base para o elenco de 2018. Trabalhando certo, dá para encorpar o elenco e brigar em cima o ano todo.

De toda forma, a vitória sobre o pequenino fez com que a nossa tarefa, de factível, se tornasse menos complexa: arrumar mais 4 ou 5 pontos nas seis rodadas que restam, tendo ainda três compromissos em casa contra clubes que lutam contra o rebaixamento e um deles, na última rodada, contra o moribundo Atlético-GO, que já deverá estar rebaixado quando receber o Fluminense.

Com um pouco de sorte, dá para beliscar algo melhor no fim do campeonato. O elenco global, que encerra o grupo dos classificados para a Libertadores, tem míseros 5 pontos a mais do que o nosso. Quem sabe?

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Aos torcedores do America, peço que não se ofendam. A comparação é inevitável, ainda mais depois que o outro passou a contar com a simpatia de todo mundo, por ser aquele time que não faz mal a ninguém…

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Começamos a sair da Sula no primeiro jogo, por conta da escalação absurda de um dos maiores burocratas que já vestiu a camisa tricolor. No segundo, apesar de um empate com três gols marcados fora de casa, demos adeus a qualquer possibilidade de classificação quando se mandou a campo um jogador sem sentido. Nenhuma vantagem, por maior que seja, resiste a jogadores sem sentido. Enfim, já foi. É cuidar agora para que isso jamais volte a acontecer. É preciso estar atento e forte.

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Saudações Tricolores!

Sergio Trigo

Se preferir, entre em contato através do endereço eletrônico strigo@globo.com, twitter (@S_Trigo) ou facebook.

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P.S.: Se você, assim como eu, tem o hábito de guardar os ingressos de partidas de futebol, entre em contato comigo. Possuo uma coleção de ingressos de mais de mil partidas e tenho interesse em trocar ou adquirir aqueles que não figuram na minha coleção.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: ST

5 Comments

  1. O maior burocrata deve ser o Orejuela, mas quem é o jogador sem sentido? Seria o Romarinho?

  2. “Porque não jogamos sempre assim, não sei”

    Tô procurando alguém que responda a essa questão de vestibular…ops….digo, ENEM

    ST

  3. Compartilho o seu “apreço” pelo time canino. Sim, pois na realidade são os que mais gostam de tripudiar quando não estamos bem. Um clube que nasceu com inveja do nosso. Seven-Up eterno!!!

  4. Bom dia Sergio,
    Estou de acordo com suas palavras.
    Gostaria de fazer uma pergunta sobre o Flu x Fla da Sula.
    Sendo Guerreiro condenado por dopping desde o jogo contra a Argentina, não seria ele impedido de participar du Flu 0 x 1 Fla?
    Se for o caso o único cheirinho que vai restar nos jornais, seria o da cocaina, não?
    ST

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