Ano novo? (por Mauro Jácome)

Conforme previsto, estamos vendo algumas forças nacionais se distanciarem. Palmeiras e Flamengo estão polarizando no primeiro escalão. A força econômica dos dois clubes está fazendo com que os elencos abram, pelo menos, uma reta de Internacional, Grêmio, São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Atlético, Santos. Vasco e Botafogo tendem a fazer companhia ao Fluminense na volta de atraso.

Não ficaria muito preocupado se tivesse perspectivas, se apostasse num futuro, afinal, a história do futebol brasileiro mostra que são naturais os altos e baixos, as trocas de posições dos clubes entre as temporadas. Agora sinto que é diferente. O mercado brasileiro está pobre para os clubes e todos estão com dificuldades, no entanto, a coisa está mais complicada para o Fluminense, pois luta contra fatores mais graves: contra suas trágicas administrações; contra seus dirigentes que se unem para derrubar ainda mais o clube. São ações inimagináveis de tão absurdas. Todo dia tem uma notícia e a culpa não é da notícia. Sendo assim, não tenho esperança de voltar a frequentar o clube da elite por um tempo relativamente longo. Se vier a frequentar um dia…

Lembro bem do final de 2017, quando fizeram aquela estapafúrdia e criminosa dispensa de Cavalieri, Henrique, entre outros. Não pelos jogadores em si. Nenhum era um suprassumo, mas a forma e, principalmente, as consequências daqueles fatos foram destruidoras. Mostrou no que o clube das Laranjeiras tinha se transformado: num saco de pancadas dos seus próprios condutores.

O ano passado foi uma das piores coisas que já vi. Não sei se pior do que o triênio 1996-1998, mas comparável. Certamente, comparável. Para deixar ainda mais desconfortável o torcedor, uma enxurrada de asneiras e baboseiras invadiram as redes sociais. Ora para afirmações estapafúrdias, ora para debochar de quem não fazia parte da panelinha. Enfim, tragédia total.

Tem saída. Sim, claro. Sempre tem. Qual? Não sei, mas de uma coisa tenho certeza: há algum tempo, preocupa-se muito com nomes, mas a saída para o Fluminense não está em nomes. Há que se ter um projeto. É preciso que as principais lideranças se sentem e discutam a melhor forma de sair dessa enrascada. É preciso que devolvam um mínimo de credibilidade à torcida. Ninguém acredita em mais nada. Esta administração foi a gota d’água. Além de desastrosa na condução do clube, foi catastrófica na comunicação.

A saída é um planejamento de recuperação do estrago, de captação de recursos, de recomeçar do zero. Ficar correndo atrás do rabo, vendendo cada garoto que surge por qualquer trocado sob o argumento falso de cobrir um rombo, só mostra o quanto todos estão perdidos e/ou pouco se lixando para o clube.

Vamos ver se essa estratégia duvidosa de antecipar eleições vai mudar o rumo da prosa. Não que queira o Abad por mais tempo, nem deveria ter assumido, mas temo que as coisas continuem confusas, sem projeto e centradas em egos e vaidades. Desculpem-me os otimistas, mas acho que 2019 promete.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

2 Comments

  1. ST,
    Saíram: Júlio César, De Amores, Léo, Gum, Ayrton Lucas, Richard, Jadson, Sornoza, Marco Jr, Cabezas, Matheus Alessandro, Kaike. Só aí já são doze. Esqueço alguém?
    Vamos dizer 2 milhões de reais/mês economizados? No mínimo.
    Descontemos 500 mil dos ‘reforços’ já contratados (reforço é reforço, a maioria desses que estão chegando poderia ser substituída, com vantagens, pela nossa própria base…)
    500 mil jogados fora/mês, mas vá lá, ainda sobram 1 mi e meio/mês, no mínimo.
    Querem…

  2. ST,
    Saíram: Júlio César, De Amores, Léo, Gum, Ayrton Lucas, Richard, Jadson, Sornoza, Marco Jr, Cabezas, Matheus Alessandro, Kaike. Só aí, já são doze. Esqueço alguém?
    Vamos dizer 2 milhões de reais/mês economizados? No mínimo.
    Descontemos 500 mil dos ‘reforços’ já contratados (reforço é reforço, a maioria desses que estão chegando poderia ser substituída, em geral com vantagens, pela nossa própria base…)
    500 mil jogados fora/mês, mas vá lá, ainda sobram 1 mi e meio/mês, no mínimo…

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