Alexsander e outras histórias (por Paulo-Roberto Andel)

I

Alexsander, Alexsander. Alexsander está desvirtuado. Deixou a fama subir à cabeça. Está doidão. Só quer saber de louras no Vip’s.

Esta não é uma coluna de fofocas nem de fiscalização da vida particular de ninguém, mas antes de analisar o que quer que seja, que tal um breve exercício?

John Kennedy está desvirtuado. Deixou a fama subir à cabeça. Tá doidão na favela. Só quer saber de garotinha. Não é profissional.

Martinelli não joga nada. Não tem físico de jogador de futebol. Mata o time em campo. Mortinelli. Mortinelli. Mortinelli!

II

Longe de paternalismos, bem longe, todos sabemos que no futebol não há bonzinhos. Meses atrás, Rafael Sobis deixou bem claro o que era a “família” do Fluminense campeão supremo de 2012 – daquelas de corar Nelson Rodrigues. E isso vale para diversas galerias de heróis tricolores.

Alexsander é um dos melhores jogadores revelados pelo Fluminense nos últimos anos. Sua atuação foi decisiva no bicampeonato carioca – onde fez um golaço na final mesmo jogando fora de sua posição, o que parece ser uma obrigação para todas as revelações de Xerém. De repente caiu de produção, foi sumindo e hoje não é quinta opção do banco tricolor.

Se há problemas extracampo – e muita gente séria garante que sim -, o jogador precisa mudar urgentemente de postura e comportamento.

Agora, o que o clube faz para corrigir um eventual desvio de rota, preservando um de seus ativos que, se bem cuidado, poderá gerar dezenas de milhões de dólares no futuro?

III

John Kennedy teve problemas? Sim. Com a rota recalculada, mesmo sem ser titular foi peça decisiva para que o Fluminense ganhasse um de seus maiores títulos. Se tivesse sido chutado pelo clube como muitos queriam, será que ganharíamos a Libertadores de qualquer jeito? Vale uma profunda reflexão.

IV

Martinelli é titular absoluto e inquestionável do Fluminense. Um dos melhores jogadores do Tricolor nos últimos anos. Mostrou talento desde que surgiu, oscilou um pouco e foi crucificado. Sua regularidade de atuações em 2023 e 2024 é tamanha que calou os xingamentos simultâneos que sofria regularmente nas partidas, fosse por uma simples falta cometida.

E se descobríssemos que, muitas vezes, aquele mar súbito de xingamentos contra Martinelli, tanto nas arquibancadas quanto no Twitter, era previamente acertado num grupo de WhatsApp com finalidades contrárias aos dos interesses do Fluminense? Já pensaram como seria algo bizarro? Ainda bem que não aconteceu…

V

Apesar de ser a maior fábrica de jogadores jovens do Brasil, o Fluminense tem uma crônica dificuldade em efetivar suas revelações da base pelos mais variados motivos. Hoje, dos 11 titulares, apenas André e Martinelli vieram da casa. E o André quase foi chutado para o Botafogo e o CRB…

Há jogadores revelados pelo Fluminense em quase todos os times da série A do Brasileirão, vários na B e diversos em clubes do exterior. Agora, por incrível que pareça, o clube mais difícil para que cada um deles se firme como titulares é o próprio Fluminense.

Incrível.

VI

Mais uma vez: se Alexsander tem problemas extracampo, que os corrija imediatamente. Sem paternalismos.

Mas não custa lembrar de tudo que tem cercado a titularidade dos jovens tricolores criados em Xerém.

Por outro lado, a polêmica parece não atingir jovens oriundos de outros clubes, quando chegaram ao Flu, mesmo quando o rendimento esportivo é bastante questionável.

De cara, podemos lembrar de Marrony (que voava nos treinos, lembram?), Pirani, Giovani Manson e Alexandre Jesus, dentre outros…

VII

Vaiar Lelê pela má fase é compreensível.

Vaiar Lelê chorando na maca depois de uma contusão gravíssima é inaceitável.

Inaceitável.

Um episódio de desumanidade que jamais se veria na torcida do Fluminense até poucos anos atrás.

3 Comments

  1. Perfeito o texto. E acrescento: onde está a atuação do Diniz que tanto se vangloria de priorizar o “ser humano”? Eu, inclusive, acho que se ele realmente tem essa qualidade, é um dos poucos méritos que tem, de resto é um treinador que nada evoluiu desde os tempos de Audax-SP, não aumentou em nada seu repertório…

  2. Sensacional, pontuando o que inacreditavelmente precisa ser. Aplausos de pé.

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