Ajustes (por Gustavo Reguffe)

O clássico do último domingo veio confirmar a tendência de que a temporada que se inicia não nos reserva grandes mudanças, pelo menos por enquanto. Fato que, se por um olhar pragmático, pode ser considerado bom, pode ser ao mesmo tempo preocupante, em abordagem mais realista.

Não que o jogo em si fosse de suma importância na classificação do campeonato  nesse momento ou que o resultado fosse fazer diferença na estratégia da comissão técnica daqui pra frente; esse é o lado bom. O problema foi não se identificar sinais de evolução no padrão de jogo da equipe do ano passado pra cá.

Até começamos bem a partida, tivemos um primeiro tempo melhor que o Botafogo e fizemos por merecer a vitória nesta etapa, embalados por boas atuações de Jean, Thiago Neves, Bruno e Wellington Nem, este sim, em fase promissora.

Mas aí veio o segundo tempo, trazendo os velhos vícios em nossa forma de jogar. O time, como de constume, se encolheu quando em vantagem e naturalmente deu mais espaços ao Botafogo que, beneficiado pela entrada de Seedorf, empatou o jogo, também de forma merecida.

Analisando-se friamente os números, não estamos mal na tabela do Carioca. Empatamos um clássico e temos o mesmo número de pontos de nosso maior rival no grupo, que até agora só jogou com os considerados pequenos. Numa projeção a longo prazo, entretanto, é preciso um pouco mais de sensatez e coragem para se atacar as limitações da equipe.

Perdemos a chance de algumas boas contratações de um meia e um zagueiro, a meu ver nossas maiores carências. Este é um problema que até poderia ser corrigido em tempo hábil, caso fosse de interesse da diretoria e da comissão técnica. Mas mesmo que ainda não venham reforços, é importante que os ajustes se façam desde já, dentro de nossas possibilidades.

Ficou evidente no último domingo, por exemplo, quando da substituição de Thiago Neves, que não se pode abrir mão de um meia clássico no meio de campo; caso contrário, a bola não chega ao ataque. Isso sem falar na insistência em se escalar três cabeças de área. Sim, porque essa história de falar que o Jean é meia não cola…

Falando nisso, parece que Abelão está indeciso para o primeiro jogo da Libertadores, com o Caracas, na Quarta de Cinzas: ele não sabe se vai com um meia armador para jogar ao lado de Thiago Neves ou se entra com Valência e sua dupla de confiança (!), Edinho e Diguinho. Será que o leitor tem dúvidas sobre a formação que ele vai escolher? A conferir…

Estreia

Logo mais Monzón e Felipe estreiam contra o Friburguense; confesso que não sei bem o que esperar mas torço por uma boa surpresa hoje à noite.

Gustavo Reguffe

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

7 Comments

  1. Esse vício que o time tem de recuar quando está a frente do placar tem que ser corrigido ninguém aguenta mais isso.

    1. Paulo responde: Oi, Augusto, Gilmar escreverá sim, claro. É que ele é um dos colunistas flutuantes da equipe, sem dia fixo. ST

  2. Gustavo, acredito que, a partir de hoje, o time voltará ao tradicional dois cabeças-de-área. Parece que Wagner e Felipe formarão o meio-campo. Acho que a opção de 3 cabeças-de-área era porque o Felipe ainda não estava pronto e o Wagner está entrando aos poucos para evitar que a contusão retorne e ele seja obrigado a fazer a cirurgia.

    1. Pois é, Mauro, tenho a mesma impressão. Sobre o Wagner, sei bem o que é isso; passei pelo mesmo problema há alguns anos e fiquei praticamente meio ano sem atividades físicas mais intensas…

Comments are closed.