Futebol à prova d’água (por Paulo Rocha)

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Está dando gosto ver o Fluminense jogar. Se não possuímos mais os craques consagrados que a antiga patrocinadora trazia, temos empenho, movimentação, variações táticas e, acima de tudo, muita personalidade e amor à camisa. Foi por isso que conseguimos superar o pântano de Los Larios e bater o limitado, porém valente, time da Portuguesa da Ilha.

Confesso a vocês que, assim como relatou Abel antes e após a partida, temi por sua realização. Além do risco iminente de contusões, acreditei que um jogo tranquilo em condições normais se tornaria um martírio devido ao estado do campo. Mas que nada; os tricolores jantaram o adversário e ainda beberam a água para ajudar na digestão.

A confiança que eu já tinha adquirido na equipe nestes primeiros jogos de 2017 (que diferença do final do ano passado!) aumentou ainda mais. Sim temos um time técnico, mas que também sabe se comportar sobre a lama. Mistura de raça e técnica. Assim surgem os campeões.

Todos foram bem. Até Júlio César, substituto de Cavalieri, nas poucas vezes em que precisou intervir, o fez com extrema eficiência. A zaga, os laterais (em especial Léo Pelé, que cresce a cada partida), o meio-campo, o ataque…mas o grande nome do jogo, em minha opinião, foi Henrique Dourado.

Devido às condições precárias do campo, era preciso um cara que soubesse brigar na lama com um mínimo de habilidade e controle de bola. E o centroavante foi perfeito; fez o pivô, duelou com os zagueiros, se apresentou para as jogadas e, merecidamente, balançou a rede. Nosso primeiro gol, marcado por ele, nos fez ter a certeza que nem mesmo areia movediça impediria que vencêssemos mais uma vez.

Pois é tricolores, sigamos acreditando que uma nova era se inicia. A cada dia que passa, esse time cai nas graças de nossa exigente torcida, nos dando a entender que mais um tempo de sorrir de aproxima.

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Posso até exagerar em minhas comparações. Mas que Orejuela tem me feito lembrar Carlos Alberto Pintinho, isso tem. Fisicamente e pelo fato de não errar passes e tampouco cometer faltas, mesmo atuando numa posição defensiva. Só não tem – ainda – a mesma categoria. Aí meus amigos, já seria querer demais. E o que ele tem nos dado é mais do que suficiente.

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Estou ansioso para ver qual a equipe que Abel escalará nesta quarta-feira, contra o Inter, no Beira-Rio, pela Primeira Liga. Quero crer que a motivação mostrada pelos titulares é algo contagiante para todo o grupo. Vamos de time misto e podemos até perder, mas a postura que nossos suplentes mostrarão é que estará em análise. Vamos sem medo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: parco