Abutres (por Walace Cestari)

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Na tarde de quarta-feira, o rádio deixava escapar o áudio de um dos inúmeros programas esportivos existentes. O sinal estava vermelho, girei o botão, aumentei o volume. O assunto era Copa do Brasil.

De repente, um resgate às boas atuações do Paysandu no Rio de Janeiro. Enaltecimento do talento do jovem Pikachu, da garra da equipe paraense. 30 mil ingressos já foram vendidos. O Mangueirão será um verdadeiro inferno azul. Lá, o Papão não perdeu pela Copa do Brasil.

Imaginei que estivessem se esquecendo de que o jogo não era contra o Bambala, mas contra o Fluminense. Que nada. E o Tricolor vai para o jogo desmantelado, sem dez titulares. Uma longa lista de machucados, críticas à preparação física, suspeitas de que falta profissionalismo.

Um acréscimo, alguém quer fazer um aparte. Como acompanhou os treinos da semana nas Laranjeiras, um dos profissionais do microfone tratou das dúvidas de Enderson, de sua incapacidade de organizar o time com o material que tinha.

Elogios a Guerrero. Elogios a Ederson que vai pegando novamente a forma física. Elogios a Oswaldo, que parece já estar se sentindo em casa. E tem o Corinthians. Pode surpreender. O Santos não vai aguentar a pressão de Itaquera.

Rodada final de comentários, um “divertido” jogo de achismos. Quem passa? Unanimidades na mesa? Flamengo, Corinthians e Paysandu.

Sentei-me às 19:30 em frente à tevê com uma tranquilidade budista. Um jogo como previa: sem grandes sustos. Pressão atabalhoada do time de Belém contra uma equipe que quanto menos tem mais sabe de onde tirar.

Na adversidade, renascem os guerreiros. Não para contrariar previsões. Não contrariamos prognóstico algum: o Fluminense é favorito em todos esses casos. Mais uma vez, com a dedicação e o suor de sempre, conseguimos o que era esperado.

Um treinador esperto e que sabe exatamente o que fazer com seus jogadores. Um comprometimento tático acima do comum. Uma ligação com a camisa que nos dá orgulho.

O Fluminense venceu mais uma vez. E venceu para condenar seus críticos à eterna pena de que padecem: obrigados a acompanhar todas as nossas glórias.

Que um dia a crônica esportiva tire seus antolhos. Ou que pare de receber o que recebe de quem recebe. Que possamos falar de futebol de cara limpa. Em céu claro. Sem abutres.

Aos colegas da “press” – eles sabem quem são – mando fraternos abraços em nome do clube que iria acabar na virada do ano.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: google

o fluminense que eu vivi tour 2015

2 Comments

  1. Em cheio, Cestari.

    É tão difícil acompanhar com algum prazer qualquer programa sobre futebol hoje em dia… sobram rara e escassas exceções, cada vez mais difíceis também de encontrar.

    Mas vence o Fluminense, pra enraivecer esses salafrários.

    Seremos campeões.

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