Engenhão, nosso salão de festas (por Erica Matos)

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Quando retornamos aos lugares onde fomos felizes, revivemos emoções e recordamos momentos que estão eternizados em nossos corações.

Por vezes, sorrimos ao lembrar das dificuldades vividas e damos valor ao que aprendemos com isso.

Ao passar pela Linha Amarela e olhar para o Engenhão, recordo com muito carinho de um lugar em que fomos muito felizes.

O torcedor que foi aos jogos naquele estádio teve que passar a adquirir novos hábitos. A localidade não era a mais agradável, os entornos pareciam perigosos, estacionar era um parto e o preço dos ingressos era mais alto do que o de costume.

Com todos os fatores negativos, por lá fomos tricampeões brasileiros em 2010 e tivemos o privilégio de levantar as taças dos campeonatos estadual e brasileiro em 2012.

O botafoguense, dono da casa, nunca soltou o grito de campeão nacional no próprio estádio. Nós, tricolores, fomos visitantes orgulhosamente abusados no Estádio Nilton Santos e vivenciamos emoções que jamais serão esquecidas.

Lembro com doçura de cada acontecimento, das casas que se transformavam em estacionamentos, do clima gostoso dos bares em volta e de ver muitos mauricinhos da zona sul tendo que engolir o subúrbio e pagar caro pra estar ali.

Nossos últimos jogos no Engenhão foram na Libertadores 2013 e no Carioca do mesmo ano.

A interdição do estádio nos fez ter que assistir a jogos até em São Januário, à espera da reabertura do Maracanã.

Amanhã, voltaremos ao estádio de Engenho de Dentro em condições desagradáveis. Nenhum clima do velho salão de festas tricolor.

O jogo acontecerá fora do Maracanã por imposição da FERJ, o preço está alto para uma torcida que está sem motivações e, para culminar, o clima de rivalidade entre torcidas organizadas tem gerado rumores de que será um jogo perigoso para ir.

Pelo que ouvi, TOs do Vasco estão pedindo para tricolores tomarem cuidado, pois eles virão para atacar.

Me dá medo? Sim.

É triste ver as torcidas organizadas travando uma guerra e comprando uma briga de cachorro grande, que vem de cima para baixo, já que quem começou tudo está acima deles.

Com tal atitude, só ajudarão a confirmar a tese de quem afirma que determinadas torcidas organizadas, na atualidade, são cânceres dos clubes.

É bem possível que além da rivalidade, o fator geográfico (ao qual nos desacostumamos), junto ao valor dos ingressos, a dificuldade pra comprá-los e a não abertura do opt-in no portal do sócio, resultem em um clássico vazio, frio e sem graça. Bem a cara que a FERJ está dando ao Euricão 2015.

Espero que ao menos dentro de campo tenhamos um jogo leal.

Lances duvidosos por parte da arbitragem soarão como parte do plano da Federação e de quem está por trás dela – por acaso, o presidente do clube rival de domingo.

Gostaria de estar voltando ao Engenhão com aquele sentimento nostálgico que tenho sempre que o vejo, ao passar pela via expressa.

A ida ao estádio no domingo será amarga e o retorno não será o mais desejado. Voltaremos com outros olhos, outra escuta e outro sentimento.

Gostaria de poder voltar noutras oportunidades para relembrar, crescer, sentir a felicidade de outras datas, traçando novos horizontes que resultem em novas conquistas.

Amanhã espero jogo limpo, coerência, profissionalismo e ética dentro do Estádio Nilton Santos e paz nos seus entornos, por mais difícil que pareça. Acreditar é preciso.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @erica_matos

Imagem: wikipedia.org

#SejasóciodoFlu

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2 Comments

  1. Alexandre,

    Realmente é nome fantasia.
    Mudar João Havelange daria um problema enorme e demora jurídica, mas hoje, o estádio é conhecido como Nilton Santos .

  2. Um adendo: o nome próprio do estádio continua sendo João Havelange, sendo Nilton Santos nome fantasia, que cabe ao BFR utilizar, não aos outros.

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