A vaca está indo para o brejo no Flu (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, a vaca está indo para o brejo e levando toda a bagagem, o que indica que a intenção é por lá fixar moradia.

A situação fora de campo é calamitosa e conseguiram destruir a única coisa que poderia funcionar no clube, que era o time comandado por Diniz, que ontem andou revivendo alguns traços do seu melhor futebol no ano.

O problema é que Marcão decidiu ficar andando em círculos, sem enfrentar o grande problema do time, que é a insistência em Nenê, que é o ligador oficial de contragolpes adversários e perdedor oficial de gols feitos.

Mas o que me deixa mais aterrorizado nisso tudo é ler que a torcida xingou até os dirigentes em protesto após o jogo, mas Nenê foi um dos poucos poupados. É um verdadeiro teatro dos absurdos, que mostra que nossa torcida se perdeu completamente em sua capacidade de julgamento.

Aliás, bastou Marcão substituir Nenê no intervalo, que o Fluminense engoliu o Ceará, mesmo que as duas substituições tenham sido equivocadas, com a entrada do pouco produtivo Wellington Nem e a troca de Marcos Paulo por João Pedro.

Vou repetir a ladainha da semana passada. É só buscar nesse elenco quais os três jogadores que mais balançaram as redes na temporada. Chegaremos a Yony, João Pedro e Marcos Paulo. Por que não colocar os três juntos desde o início?

Tirando isso, Marcão acertou na proposta tática. Adiantou a marcação e tentou pressionar o Ceará em seu campo. Só que decidiu fazer isso com Ganso e Nenê em campo. Ora, é preciso intensidade para viabilizar uma proposta de jogo como a de ontem. Intensidade essa que você jamais encontrará na referida dupla.

Então, se Marcão pensa realmente em mudar essa situação, tem que sacar Nenê e Ganso do time. Sim, os dois, porque Ganso, com sua lentidão, deveria ao menos ser capaz de qualificar nossa transição e dar assistências. Só vi um grande passe durante o jogo, que deixou Yony em condições de chutar a bola na arquibancada.

A casa está caindo. Tem gente preocupada com o jogo do Cruzeiro. O campeonato do Fluminense não é contra os outros, é contra o próprio Fluminense, essa auto-sabotagem que se repete e intensifica a cada ano, a cada mês, a cada semana, a cada dia.

Ou você arranja alguém para fazer o meio com o Daniel e o Allan ou coloca o Caio Henrique para ajudar o Daniel no meio e inventa outro lateral esquerdo, nem que seja só para ele ficar marcando lá atrás. Porque se você faz marcação alta com Ganso e Nenê no time, além do Daniel, que precisa escalar uma Cordilheira dos Andes para fazer um desarme, os caras vão na cara do gol três ou quatro vezes e resolvem o jogo.

Se ainda os caras produzissem alguma coisa espetacular para a equipe… mas eles não resolvem nada. Só quem resolve no meio do Fluminense é o Daniel, que tem que resolver a saída de bola, fazer ela chegar na frente e receber para tentar criar jogadas de gol.

Será que o Guilherme não seria mais útil no meio?

Se nós não vencermos o Vasco, pode preparar as malas e comprar a passagem só de ida. Será que ninguém entendeu isso ainda? Depois enfrentaremos Inter e São Paulo fora. Em uma sequência que era para quatro pontos nós fizemos um. De onde vamos tirar forças depois que estivermos com a água no nariz?

***

Eu prometi para a última terça-feira um artigo sobre as falácias disseminadas e repetidas para justificar o patrocínio da Globo ao Flamengo, mas infelizmente não tive tempo. Fica a promessa para uma breve ocasião.

Mas tem um tema interessante, que mostra como a Globo se cerca de todos os cuidados para que o clube de coração da emissora seja beneficiado economicamente com os direitos de transmissão.

Depois de colocar muita grana no time da Praia do Pinto, a Globo decidiu adotar como critério para a distribuição da verba do PPV a participação de cada torcida no montante de assinantes, um critério para lá de questionável, por inúmeros motivos.

O que impressiona, no entanto, é que esse critério vale para todos, menos para Flamengo, Corinthians, agora o Palmeiras e, se não me engano, o São Paulo. Esses clubes têm um valor mínimo estipulado para receber, sendo que o do Flamengo é de R$ 120 milhões.

Trata-se de uma manobra para proteger os ganhos de quem já ganha mais de acordo com os critérios adotados, quando tal medida só faria sentido se o valor mínimo fosse estipulado para todos, como agora é feito na TV aberta.

Mas por que o critério da TV aberta não serve para o pay per view? Por que ter dois critérios para a mesma coisa?

A resposta parece óbvia, não parece?

Fiquem com Deus e ST!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

3 Comments

  1. Caro Savioli,
    Já que vc falou em receitas, vc sabe pq as despesas com os Esportes Olímpicos/Clube quase triplicaram na nova gestão? Parece que o déficit, coberto pelo futebol, só na nova gestão, foi de R$ 19 milhões…
    Estamos sem patrocinador master. Vamos ao Maraca e nos associarmos para sustentar os EO?
    Abraço.
    ST

    1. Caro Leo,

      Realmente eu não tenho essa informação. Até a última vez que entrei no site não havia sido publicado o balanço. Mas se isso for verdade, é um completo absurdo. O Fluminense ainda precisa cortar despesas e não aumentá-las.

      ST

  2. O sistema é P@>DA. E agora que temos dois sistemas nesse Brasil tropical.

Comments are closed.