Vencemos mais uma vez e de novo com atuação abaixo de um nível mínimo teoricamente esperado de um time que pretende ser campeão brasileiro. Diferente das últimas partidas, começamos bem, dando sinais de que dessa vez o time iria mostrar um futebol pelo menos empolgante. Ledo engano. Passados os 5 primeiros minutos foi o Náutico quem mandou no jogo e mais uma vez não sofremos gol por termos um goleiro como o Cavalieri e pela incompetência do adversário na hora da finalização.Já nos últimos minutos do 1º tempo achamos o 1º gol, numa falha do goleiro adversário, e depois fizemos uma bela jogada que culminou no 2º. Essa jogada, aliás, é um dos poucos momentos do nosso time que vale a pena ser comentado. Não por coincidência, participaram dele Deco, Thiago Neves e Fred. Deco iniciou a jogada e meteu a bola na ponta esquerda para Thiago Neves, que acertou o seu único lance em toda a partida e deixou Fred em condições de acertar um lindo e difícil chute de esquerda para colocar a bola no fundo das redes.

Assim, mesmo tendo sido o adversário imensamente superior até sofrer o 1º gol, terminamos a 1ª etapa com grande vantagem. Veio o 2º tempo e, como era esperado, o Náutico veio muito mais aberto na tentativa de pelo menos empatar a partida. Assim, tivemos várias oportunidades de gol, mas pecamos sempre no penúltimo passe ou na finalização, como numa cabeçada livre do Digão que, já dentro da pequena área, conseguiu acertar o goleiro, após uma linda jogada de Marco JR, que acabara de entrar.

Logo após esse lance, por voltar dos 35 minutos, o Náutico conseguiu diminuir, numa falha de marcação da nossa equipe, e veio para o abafa. Houve tempo ainda para uma falha clamorosa do Gum, que conseguiu perder na disputa pelo alto em um cruzamento de bola parada para um atacante que deve ter quase 20 cm a menos que ele. Na sequência do lance, nosso goleiro de seleção brasileira operou mais uma de suas defesas milagrosas. No rebote, Gum viu-se obrigado a cometer pênalti no momento em que o atacante ia marcar. Por sorte nossa, e pela primeira vez nesse e em muitos campeonatos, fomos favorecidos por um erro de arbitragem e saímos com a vitória.

Num resumo do que foi a partida, fomos um time completamente perdido, sem a existência de tática e completamente envolvido pelo adversário na 1ª etapa. Na 2ª, já com a vantagem no marcador adquirida graças ao talento individual dos nossos jogadores, como no 2º gol, tivemos a oportunidade de ampliar o marcador, não o fizemos e sofremos as consequências nos 10 minutos finais.

A pergunta que continuo fazendo é até quando conseguiremos jogar mal e ganhar. Como já não tenho esperanças de que o time ganhe algum padrão tático até o dia 2 de dezembro, torço, e torço muito, para que a mistura de sorte e competência individual do nosso goleiro e da dupla Nem e Fred continue até essa data. Nosso time continua no caminho do tetracampeonato, vivendo o paradoxo de jogar mal, e por vezes muito mal, e conseguir os 3 pontos.

Análise individual:

Abel: Surpreendeu-me positivamente as substituições feitas ontem pelo nosso treinador. As entradas de Marcos JR e Wagner, especialmente a entrada do 1º no lugar do Thiago Neves, foram excelentes;

Cavalieri: É brincadeira o que defende esse goleiro. Foi o melhor em campo ontem, sendo decisivo ontem em pelo menos 3 lances. Mais uma vitória que pode e deve ser creditada a ele. Peço ao ridículo técnico da seleção brasileira que continue sem convocá-lo, pois tenho medo da influência negativa sobre o seu futebol;

Bruno: Difícil saber o motivo de sua permanência como titular;

Carleto: Repito o que escrevi nas últimas vezes em que esteve em campo. A presença dele serve somente para confirmar que o Carlinhos é titular absoluto da posição, mesmo sendo acometido pelos seus famosos apagões. Carleto pouco ataca e ainda consegue a façanha de tomar várias bolas nas costas;

Gum: Foi muito mal na partida de sábado e cada vez mais tenho a certeza de que não pode ser titular de um time que tem como grande objetivo ser campeão da Libertadores. Falhou de forma grotesca em 2 cruzamentos de bola parada e iguais e ambos obrigaram nosso goleiro a praticar grandes defesas;

Jean: Foi mal ontem, mas tem muito crédito;

Deco: Sentiu os 2 meses parados, o que é natural. A tendência é subir muito de produção;

Thiago Neves: Minha expectativa de crescimento do seu futebol com a volta de Deco não poderia estar mais errada. Seu futebol continua perdido em algum lugar, a anos-luz do planeta Terra. Não entendi o motivo dele não ter se dirigido ao banco de reservas quando foi substituído. Será que achou que deveria permanecer em campo?

Marcos JR: Mesmo tendo jogado apenas 20 minutos, foi o 2º melhor em campo, atrás apenas do Cavallieri. Não sei como fazer para que ele seja titular com Wellington Nem no time, mas acho que ano que vem ele deve começar a temporada entre os 11;

Torcida: Irrita-me muito a utilização da alcunha “guerreiro” no final de qualquer vitória. Em vitórias como a de ontem em que o time não jogou coisa alguma e que terminou da forma que terminou por culpa própria, o cântico “time de guerreiros” não faz o menor sentido para uma torcida inteligente como a nossa;

Juiz: Horroroso como 99% dos árbitros do nosso quadro atual. Inverteu inúmeras faltas contra o Fluminense durante todo o jogo e cometeu o erro capital a nosso favor nos minutos finais.

Atlético/MG x Grêmio (I): Nossos adversários acabam de empatar e a corroborar com o paradoxo que vivemos. Somos mais líderes do que nunca do campeonato em um momento em que apresentamos o pior futebol;

Atlético/MG x Grêmio (II): Lamentável a participação do narrador Luiz Carlos JR, que é declaradamente tricolor, na transmissão do jogo. Ele deve ter repetido umas 70 vezes que o Náutico teve um pênalti não marcado na vitória do Fluminense;

Atlético/MG x Entregadores de jogos contra o Fluminense: É ótimo não precisarmos dos nossos “co-irmãos” para continuarmos líderes.

Marcelo Vivone

Panorama Tricolor/ FluNews

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Imagem: placar.com.br

Contato: Vitor Franklin