A psicose de um tricolor (por Mauro Jácome)

Aonde se quer chegar? Não sei se todos os tricolores que acompanham o time de perto estão com a mesma sensação estranha. Os jogos vão se sucedendo e há uma distância entre o que foi e o que poderia ter sido, com algumas exceções.

Sabe quando você pensa num fato, imagina sua evolução, mas se dá conta que o abstrato se desgarrou e a realidade, parada, ficou observando com certo deboche?

Vou restringir a amostra aos dois últimos jogos. Contra o Olímpia, fiquei decepcionado, frustrado, desfocado como há muito não acontecia. Difícil descrever, mais ainda definir. Podia ter sido diferente. Tinha lastro para isso, mas senti que, ali no Defensores Del Chaco, houve uma resignação. Faltava repertório. Ali, sentiram-se impotentes e abandonados. Não havia a confiança de que, de repente, uma carta seria tirada da manga.

No primeiro jogo da semifinal, a cada bola recuperada, a cada transição da defesa para o ataque, imaginava algo contundente. No entanto, tudo se desfazia e ficava naquele marasmo. O Botafogo atacava, ficava preso na forte marcação do Fluminense, forçava o passe, perdia. Mais qualificado, imaginava o Fluminense rompendo a linha central, abrindo pelos lados, fechando com Cano. Via um, dois, três gols. Nada. Os passes eram aleatórios, não tinha harmonia, nem objetivo. Talvez, na única vez que imaginação e realidade andaram juntas, saiu o gol. Ótima trama.

Pouco. O torcedor acredita e espera que o que imagina e o que vê, retirados os exageros, fluam mais vezes. Dependendo do jogo, muitas vezes. A recorrência da sensação provoca inquietação, irritação. Sei lá… Fica sempre a esperança de que, no próximo, deslanchará e a gente estará lá para imaginar. Com ou sem a realidade.

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1 Comments

  1. Exatamente isso, Jácome. Assistimos aos jogos, sempre na esperança de que poderia e deveria ser melhor. Sensação frustrante, pois sabemos que é possível fazer muito melhor com o elenco que temos.

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