A mão de Wallace (por Zeh Augusto Catalano)

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Li hoje, espantado, no Facebook o comentário de vários tricolores de origens distintas sobre o Fla-Flu de domingo.

Muitos citavam o gol ilegal de Sheik, num lance claríssimo, absurdo, mas incrivelmente ponderavam que o time foi dominado os noventa minutos, numa espécie de conformismo com o ocorrido.

Nada pode ser mais absurdo. E se você pensou assim, gostaria de lhe convidar a refletir.

O futebol não é cartesiano. Jogar bem, dominar o adversário, abafá-lo, não significa de forma alguma vitória. Estamos todos cansadíssimos de ver times serem massacrados por 90 minutos e saírem de campo com uma vitória numa bola vadia qualquer. É claro que é sempre bom ver o time impor seu jogo e materializar o domínio em números. Mas isso nem sempre acontece.

O que sempre acontece é o mais protegido ser beneficiado.

Ora, o Fluminense entra em campo bem desfalcado. Tem um começo inseguro, com o goleiro tirando uma bola quase impossível, fruto de um erro numa saída de bola. Aí, com cinco minutos de jogo, ocorre o vergonhoso passe de mão de Wallace, o bom-moço leitor da Gávea. Escancarado, na cara de todos. Gol.

Tudo o que decorre dai está irremediavelmente alterado por essa vergonha. Este árbitro, que em seus trejeitos e afetação lembra o falecido Jorge Emiliano, o Margarida, é emérito causador de confusões. Semana passada teve outra atuação desastrosa no Flamengo x Vasco da Copa do Brasil. Validou o gol em impedimento do Flamengo, com sete minutos de jogo. Coincidentemente, outro erro capital a favor do Flamengo.

Nessa transmissão, a Flapress se esmerou em defender a legalidade do lance, tentando provar que o jogador que faz o corta-luz não participa da jogada por não tocar na bola. E assim foi dito e defendido em todas as transmissões, mesmo depois da eliminação do mais protegido.

Domingo, na impossibilidade de negar o toque de mão, e pior, a intenção de colocar a mão na bola, o argumento foi outro. O de que o Flamengo jogou muito melhor do que o Fluminense, para com isso minimizar o impacto do malfeito no resultado da partida.

Infelizmente isso dá resultado. De fato, o Fluminense teve uma atuação pavorosa (falo disso adiante). Mas o argumento, poderoso, é tão repetido, que se torna crível. A gente assimila isso. Goebbels purinho.

Pra completar, no intervalo, o bom-moço dá uma declaração irresponsável dizendo que não lembrava se a bola havia tocado em sua mão. E depois do jogo, o clube coirmão publica em seu site que o passe de mão havia sido dado de cabeça, pra depois modificar o post, dada a repercussão negativa.

Resumindo: em menos de 15 dias, um mesmo árbitro cometeu dois erros graves contra Vasco e Fluminense. A favor de um mesmo clube. Nenhuma menção a essa coincidência.

A atuação do Fluminense foi mesmo desastrosa. Não parecia haver meio-campo. As duas laterais eram as únicas saídas de jogo do Flu, claramente identificadas e bloqueadas pelo Flamengo, que aproveitava para contra atacar nas costas de ambos. Por mais incrível que pareça, Enderson não corrigiu esse problema e seguiu sofrendo contra ataques, tomando inclusive o terceiro gol num desses lances.

Não houve motivos para abraços e comemorações com personagens na arquibancada.

Daqui, de longe, parece que há algo de muito esquisito ocorrendo nas Laranjeiras. E que Enderson já está numa panela, em banho-maria, enquanto ao seu lado, na outra boca do fogão, uma frigideira está sendo aquecida.

Abraços.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: pra

o fluminense que eu vivi tour outubro 2015

1 Comments

  1. alguem duvida de que “esse time e incaivel” e ” roubadao e mais gostosao” sao “a expressao” que sintetiza o catarrao da gavea?

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