A gente vai levando (por Paulo-Roberto Andel)

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Deveria escrever sobre outros temas aqui, dado que os camaradas da casa já exploraram bem o jogo(?) de ontem. Esse campeonato carioca que, um dia, já me fez pensar em futebol 24 horas por dia, colecionar inenarráveis botões, ler todas as edições da Revista Placar e até ter tentado fundar uma torcida organizada – cujo fracasso me poupou de ser chamado de vagabundo. Era um outro campeonato: charmoso, disputado, até com momentos kistch, mas nem de longe pode ser comparado a esta terra arrasada de agora, digno de boicote e que só não é eliminado da grade do PANORAMA por respeito aos leitores. Time com um único reserva na súmula, estádios interditados liberados, o escambau.

Em minha coluna anterior, ao dizer “Calma, gente! Mas não custa observar”, meu intento subjetivo era o de provocar quem aqui esteve a uma reflexão. A primeira vez em que alguém leu que o Fluminense havia estacionado em 2012 foi aqui. É o que tem acontecido, salvo esparsos momentos de brilho. Poderia ser muito para um Avaí, um Coritiba, uma Ponte Preta – com todo respeito às três agremiações. Para o Fluminense não é. Ou não poderia ser.

Nem entro aqui no mérito(?) da contratação de Eduardo Baptista. Depois da vinda de Drubscky, todos os limites foram superados. E sempre fica no ar a pergunta “Como pagamos um treinador de porte?”; provavelmente da mesma forma que se contratou jogadores. O fato é que, independentemente de início de temporada, o Fluminense tem realizado pontualmente partidas horrorosas sob todos os aspectos nos últimos certames – o time correr em campo depois de tomar dois do Volta Redonda não constitui qualquer vantagem. Basta ter um mínimo de senso crítico.

A recuperação diante do Bonsucesso é mais do que esperada, com alguma racionalidade. Só que não apaga o essencial: o Fluminense de hoje tem uma coleção de problemas crônicos nas quatro linhas, à beira delas e além-mar. Entre contos de fadas, manchetes fraudulentas e verborragia oca, um Horizonte ali, um América de Natal lá, uma Chapecoense acolá e a gente vai levando. Numa hora era o Cícero, na outra era o Wagner, na outra era o Sobis. A gente vai levando. Até quando?

Resumindo: cornetagem é o cacete! Um belo esporro do comando(?) é o mínimo que se pode esperar para a partida de quarta-feira. Experimente você, simples mortal, cumprir um mês de trabalho “sem ritmo” para ver o que o DP apronta…

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

2 Comments

  1. Sensacional !!
    É isso aí. O time parece que entra por obrigação em todos os jogos.
    Sem vontade, sem sangue.. Mas, não há quem questione nada nessa colônia de férias que se tornou o nosso Fluminense. Ta tudo sempre bom e, entra ano, sai ano para somente cumprirmos tabela seja de qual campeonato for.
    Acho que já chega dessa falta de vergonha na cara.
    Que ponham a cara e sejam sujeitos Homens. Isso serve para diretoria e jogadores.

  2. Não adianta mais! Não existe compromisso com vitórias, títulos e outras destas coisas sem importância no futebol. Essa turma que controla o Fluminense o transformou numa fazenda de criação de jogadores, e agora, também de engorda, com a aposta em promessas. Só nos resta aguardar março/abril para nos reunirmos no estádio das laranjeiras para, então, poder comemorar as linhas do balanço. Viva o ativo circulante!; Viva o exigível de curto prazo! E, assim, a gente vai levando …

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