A euforia da torcida e Ganso (por Paulo-Roberto Andel)

Na segunda-feira passada, quando fazíamos o programa do PANORAMA ao vivo no Facebook, foi um grande barato ver as opiniões da torcida espalhada Brasil agora, todas muito confiantes numa vitória sobre o Athletico no próximo jogo.

Depois de meses de sofrimento, a nossa turma merece um momento de alívio, ainda que nada esteja resolvido. A redução drástica das probabilidades de rebaixamento é um dado extremamente volátil; para manter a tendência, o Flu continua precisando de vitórias sucessivas. De toda forma, não deixa de ser uma injeção de ânimo e todos precisamos disso. Futebol é êxtase, paixão, fetiche: esperança e realizações são itens fundamentais.

Nos últimos jogos, em maior ou menor proporção, a sorte e a competência têm abraçado o Fluminense. Não vai ser assim para sempre e, caso suceda alguma nova má fase, o apoio ao time é fundamental para evitar de vez o mal maior. O resto a gente vê depois. Agora, duas boas vitórias sobre os rubro-negros paranaense e carioca não são apenas sonho, mas uma possibilidade real. É preciso melhorar a defesa; o ataque está trabalhando bem.

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Fui o responsável pela primeira coluna de análise no PANORAMA sobre a contratação de Ganso, fruto muito mais de oportunidade do que de qualquer planejamento – que não havia e não há.

Sem dúvida, é um jogador de alta qualidade técnica e toque refinado. Pode mostrar isso durante a temporada mas, ao mesmo tempo, esteve longe de ser o que dele se esperava: a diferença a favor. Seja pela economia de seu repertório por questões físicas, seja pelo posicionamento equivocado nas escalações de Diniz e OO, o fato é que em nenhum momento Ganso chega perto do que já foi e do potencial que tem.

Então o dilema é discutido em todas as conversas tricolores: ele deve ser titular absoluto ou um caso a pensar, uma opção?

No Fluminense de hoje a prioridade é eliminar o risco de rebaixamento. Se isso significa utilizar Ganso por um tempo ou parte do jogo, que seja. E o próprio jogador deve ser o primeiro a colaborar com o grupo, seja qual for a decisão de Marcão. Agora, sendo titular, o Flu precisa de uma escalação que equilibre a balança com a calmaria de seu camisa 10 de coração.

Há quem sonhe com um Fluminense com Ganso, Nenê, Fred, Thiago Neves e Mariano para 2020. Se estivéssemos em 2011 eu acharia ótimo, mas penso o contrário porque estamos em 2019. Bom, isso é papo para outra coluna.

Que no domingo à noite tenhamos seis pontos a mais.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

4 Comments

  1. Penso da mesma forma, acho totalmente possível vencer os rubro negros, do Paraná e do RJ.

  2. Fala, Paulo. Minha opinião sobre o Ganso: parte da torcida achou que vinha algo parecido com aquele Ganso de 2010, que achávamos merecer ser o 10 da seleção. Lesões sérias nos dois joelhos, mudanças no futebol (se tornou muito mais dinâmico)… e não se tornou aquilo tudo

    Em 2019, é um jogador com alta capacidade técnica, mas que não poderá mais decidir, porque, pra jogar no zona em que os jogos são decididos, o futebol atual exige mais agilidade. E ele foi contratado com valor do jogador…

  3. Bom dia, Andel. Na minha opinião e daquilo que eu vejo no futebol, Ganso está anos à frente da média do jogador de futebol no Brasil. É o cara que pensa antes da bola chegar a seus pés. Mesmo hoje, após seu problema grave de joelho. Nosso futebol está tão pobre que um cara como ele é contestado. Ora, é lento. É lento porque os jogadores não se deslocam, não criam espaço. Agora, o que dão de espaço para os adversários … Agora, eu já vi muito Fluminense. Desde 63. Hoje criticamos o Ganso…

    1. Andel: Caro Jurandyr, acho que nenhum torcedor contesta a qualidade técnica de Ganso. Porém, há seis anos sua carreira é opaca (inclusive no exterior) e sua contratação se deveu para que ele fizesse a diferença. Isso não aconteceu, e daí a sua natural contestação. ST.

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