A crônica do jogo (por Paulo-Roberto Andel)


Quando errar é desumano

Em segundos, uma bomba na trave e um gol completamente irregular. Assim começou o jogo de ontem entre o Fluminense e o mandante Cruzeiro no belo estádio Independência (mais um exemplo gritante de que o tricolor pode revitalizar Álvaro Chaves).

Ritmo alucinante. Depois, o calejado Fluminense equilibrou as coisas, a partir de meia hora de jogo teve para si o domínio da partida e, muito antes de Fred ter marcado o gol de empate, a igualdade no marcador já era merecida de nossa parte. Todavia, mesmo quando fomos senhores absolutos do jogo e ameaçávamos principalmente nas jogadas de bola parada, o Cruzeiro se fez perigoso e Cavalieri mostrou mais uma vez porque é um selecionável em potencial. Fábio, pelos celestes, também voou rasante.  Sim, precisávamos vencer, mas não convém a esparrela de que faremos três pontos em todos os compromissos: o Cruzeiro é temível em casa e fez uma de suas melhores partidas na competição.

No segundo tempo, os times alternaram situações de ataque e tudo dentro de uma correria enorme, com mais erros de passes do que antes. Em parte importante dos 45 minutos finais, também prevalecemos. Fred, exímio artilheiro, perdeu inesperadamente o gol que faria 99 vezes a cada 100 oportunidades, mas não se pode deixar de lado o mérito de Fábio na defesa.

Resumir este jogo pode ser tarefa simples.

Um clássico, dois times respeitáveis, muita luta, muita aplicação. Ambos querendo ganhar, ambos buscando a pontuação. Ganhamos um ponto. Fred, talento de sempre. Wagner, brigador em fúria. Jean, merecendo a efetivação com sobras. Neves suou a camisa. Poderiam ter sido três pontos ou zero, dependendo do enfoque. Foi duro. Podia ter sido melhor, mas não deu. Paciência. Mostramos personalidade e maturidade, principalmente. Não é ruim conseguir um ponto contra o Cruzeiro fora de casa. Não custa lembrar que o maestro Deco está ausente, assim como Nem e não pudemos usar Sobis o tempo inteiro. O Atlético Mineiro, nosso grande rival no momento de tabela, também não venceu em Goiânia.

Qual a razão de embaralhar o resumo deste confronto?

A desastrosa arbitragem da partida, num mar de confusões e equívocos para todos os lados. Sóbis sofreu pênalti ao fim do jogo. Wallace cometeu outro. Impedimentos absurdamente marcados.  Muita conversinha e pouca atitude. Quando o vermelho foi puxado, Matheus Carvalho pagou o pato absurdamente. Não gosto muito de puxar o tema do jogo para este lado, mas desta vez foi impossível não criticar a atuação de Paulo Godoy Bezerra. Tétrica! Fora do campo, os auxiliares parecem bonecos de Olinda:  pulam sem mexer o tronco, nada dizem, nada acontece e tudo sem a maravilhosa festa pernambucana – o que torna o cenário ainda pior. A arbitragem precisa se profissionalizar, precisa de apoio, mas também de material humano de qualidade mínima. O senhor Godoy ontem desafiou o bom-senso: mostrou que errar pode ser desumano. Conseguiu levar as duas torcidas à loucura.

No Vieira Souto, os sanduíches foram impecáveis. Um Bauru empolgante, Iran e Ivan sempre às ordens. Uma bela morena ia e vinha durante o primeiro tempo, depois uma loura madura e charmosa. Não pude deixar de pensar em Shara e lembrar do vulgar despeito contra a beleza incontestável de Priscila, depois ri sozinho. As delícias da vida me pouparam de ouvir o (mau) humorista travestido de (péssimo) comentarista na transmissão via TV a cabo. Leo ao lado é muito melhor analista. Hoje, ao redigir estas linhas, soube da indignação de milhares de tricolores com as palavras proferidas pelo poeta da mediocridade. Em tempos onde Renato Maurício Prado é considerado uma referência em análises de futebol, o que se poderia esperar? Prefiro a televisão muda. Cada vez mais penso que o melhor caminho é o total boicote ao trabalho de profissionais tendenciosos.

O Fluminense continua na briga, vivíssimo, com força e personalidade. Recebe o Sport no maravilhoso caldeirão de Volta Redonda, é favorito, os rubro-negros de Pernambuco vêm de derrota no deserto azul do Engenhão. Mostremos nossa força de mandantes.

Os rubro-negros vêm de derrota?

Alguma coisa acontece no meu coração.

Paulo-Roberto Andel
@pauloandel

Panorama Tricolor/ FluNews

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Imagem: Washington Alves/ Vipcomm

5 Comments

  1. Realmente os comentários do Bobo Farinha foram ridículos, verdadeiras aberrações e completamente parciais.
    Porém, mais ridículos que estes foram o desespero do Lúiz Roberto e do Marsíglia na Globo, enfatizando a todo o momento que o gol do Palmeiras contra o time do Tinhoso foi irregular, pois, o Barcos estava impedido em razão de sua franja estar à frente do último defensor tinhosiano.
    Esqueceram dos jogos do Tinhoso contra o Sport, Bahia, Coritiba, Santos, Ponte Preta, entre outros, quando os pseudos-árbitros ajudaram escandalosamente o Urubu. Vergonha!
    Mas, contra tudo e contra todos, estamos chegando. É questão de umas cinco ou seis rodadas, no máximo!
    ST, Luiz.

  2. Tirando o Juiz da história, gostei muito do time do Flu no jogo, acho que depois do jogo contra o Grémio a postura mudou e o Fluminense passou a jogar com mais agressividade e estou mais confiante, pois os últimos quatro jogos foram complicados e contra times que jogaram bem, mas o Flu conquistou 10 dos 12 pontos disputados. Só falta mesmo os laterais aprenderem a fazer os cruzamentos, assim o Fred já teria o dobro de gols!

    Quanto ao comentarista do jogo na TV, realmente foi uma vergonha… Quando eu vi que esse “cara” seria o comentárista, já sabia que coisa boa não vinha. Essa semana estava vendo o programa de esportes que esse mesmo comentárista participa e todos falavam do Atlético-MG, mas ele só queria puxar assuntos do Cruzeiro, chegou a interromper a sequência do programa voltando a falar do seu time de coração, no momento ficou claro sua torcida, dois dias depois ele aparece pra comentar o jogo e falar bobagens!

    S.T

  3. Que torcedor cruzeirense esse Bob Faria!

    Estava contando todas as faltas do Leandro Euzébio no jogo (será que ele contou de todos os jogadores?) e a cada falta clamava por cartão, teve a coragem de dizer com a imagem na fuça que o Wellingtonm Paulista não ergueu o braço em direção a bola, além disso, ele enxergou (desta vez bem), um penalti em Everton, mas como era de se esperar, não viu 2 penaltis num mesmo lance em Thiago Neves e Rafael Sobis na sequência, num lance idêntico ao que houve no primeiro tempo em Jean no meio-campo, em que o árbitro marcou falta pelo carrinho perigoso do jogador cruzeirense.

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