5 notas contra o senso comum (por João Leonardo Medeiros)

gambetas
1. Tem algo errado com CT

Foi divulgado o projeto do CT, belíssimo. O terreno é bem-localizado. A expectativa é excelente. Mas, alto lá: o negócio prontinho tem estimativa de custo máximo de R$ 45 milhões? Como é que é?Não estou acusando ninguém, que fique claro. Agora, não posso de lembrar que, há menos de dois anos, o Fluminense dispensou a compra do tal Banana Golf porque considerou caro. Foi dito, à época, que o Banana Golf estava quase pronto para receber o clube, precisando de ajustes de pouca monta e, se não me falha a memória, apenas três meses de preparação. Preço divulgado da compra: R$ 25 milhões. Então vejam, por favor:

http://www.lancenet.com.br/fluminense/Flu-negociacao-avancadas-Banana-Golf_0_446355377.html

É ou não estranho? De novo: não estou acusando ninguém, mas ainda surgem mais minhocas na minha cabeça quando vejo que o tocador do projeto de hoje é ninguém menos do que o… ex-dono do Banana Golf. Só queria entender.

2. Zaga, zagueiros, defesa

Fui, durante muito tempo, defensor ferrenho da dupla Gum-Euzébio e sempre amparei meu raciocínio num fundamento estatístico. Durante 3 brasileiros consecutivos, a dupla esteve entre as duas menos vazadas do campeonato e abocanhou dois campeonatos e um terceiro lugar. Cá entre nós, é uma bela estatística.

Estou curado, hoje, por causa do ano passado e vejo que, na verdade, o resultado fantástico exigiu que nosso time se retrancasse todo, mesmo tendo Nem, Deco, Fred, Conca etc. em seus elencos do triênio, justamente porque a dupla de zaga não era confiável. Ok, tudo bem.

Maaaaaaaaaaaas não vai ser com Elivélton que a gente vai resolver o problema. Com todo respeito ao rapaz, aparentemente sério, brioso, mas zagueiro de Fluminense é outra coisa. Não é Gum, não é Euzébio, eu sei, mas também não é Elivélton. Para formar zaga com dois dos três, fico com a dupla original. Que venham as vaias.

3. E se fosse você?

O que faria se tivesse chance de entrar para a história do futebol? Pois tem um jogador no nosso elenco que certamente tem isso na cabeça: o capitão Fred. Não concordo, nem discordo, mas, neste caso entendo: Fred deverá ser atacante da seleção na Copa, no Brasil. Atacante faz gol, ele sabe fazer gol, o Brasil é candidato ao título. Logo: Fred pode fazer gols decisivos e até o gol do título mundial do Brasil no Brasil. Se fizer, entra ou não para a história do futebol? Entra, é claro.

Isso explica tudo: corpo mole, aperto na fé religiosa, choro no vestiário, treino em dois turnos etc. etc. etc. Você concorda ou discorda? Antes de responder, faça uma pausa e pergunte-se: e se fosse você?

4. Já sei o resultado

O Fluminense vai ganhar o estadual. O time não é confiável, como nenhum outro o é no terrível campeonato que organizaram este ano. O menos irregular é o do filhote bastardo, que está longe de ser um bom time, haja visto o fato de estar enrolado para se classificar no grupo mais fácil da Libertadores deste ano.

Em condições como estas, sempre deu Flu. Quando o improvável espreita, lá estamos nós para confirmar que há mais coisas entre o céu e o gramado do que supõe a mídia esportiva. A gente vai ganhar e o Walter vai ser artilheiro do certame.

5. Quero voltar tudo

Fomos rebaixados, é verdade, e, parafraseando o advogado do mais querido da mídia, não caímos por causa de um descuido do filhote bastardo, que meteu Santo André em campo para nos salvar. Entre outras razões, caímos porque nosso time tinha uma carência grande no meio campo: faltava um armador minimamente talentoso para organizar a equipe.

Tinha alguém com esse perfil no elenco? Tinha: o Deco. Estava todo estropiado, mas Deco todo estropiado é melhor do que os que estavam lá para jogar. É ou não é? Em dez partidas, ele arrumaria uma graça em cinco ou seis, não?

Pois bem: Deco nos deixou por causa de doping. Foi suspenso, se deu mal. Agora, acabou de ser divulgada a notícia (Panorama Esportivo de O Globo, 15/-03/2014) de que um novo exame, COM A MESMA AMOSTRA COLETADA, deu negativo. O exame foi feito no laboratório de confiança da Fifa, na Suíça, e não no laboratório brasileiro que acusou o positivo e que, três meses depois do exame do Deco, foi descredenciado pela Agência Mundial Antidoping (WADA) por produzir falsos positivos em série.

E aí, pergunto eu, como fica o Deco e como fica o Flu, que jogou sem ele? De minha parte, quero fazer que nem o Corinthians de 2005 ou o Flamengo de 2007: quero adiar os jogos e/ou jogar tudo de novo. Se eles puderam, por que a gente não pode?

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: gambetas.blogspot.com

4 Comments

  1. Quanto ao Banana Golf, algumas explicações simples, do que foi divulgado na época. A aquisição do clube passaria por investidores, dentre eles a UNIMED, e não poderia ser em nome do clube, pra evitar penhora, fato ocorrido depois pelas vendas do T. Neves e W. Nem. E mesmo se não houvesse risco de penhoras, ainda seria necessário reforma para adequação, que no fim das contas talvez chegasse nos 45 milhões, considerando o atual terreno ter sido doado Pela Prefeitura do Rio.

    1. Wilson, meu caro, lamentavelmente tenho boa memória. O divulgado, à época, é que a estrutura hoteleira estava pronta e precisava “apenas” do nivelamento dos campos e adequação para o futebol. Tempo: 3 meses. A diferença das 20 milhas não está aí. Pode estar na valorização do terreno, de um e de outro. Mas isso requer explicação. De todo modo, é destoante a atitude: 25 milhões em 2011 são espantosos, assustadores, da mesma forma como 45 milhões em 2013. Por que não se assustaram…

    1. Prezado Paulo,

      Não resisto: Nem tenho! Espero que ele ou Bolt voltem logo. Respeito muito o Sóbis, mas realmente acho que seu futebol não encaixa com o restante do ataque. De todo modo, para mim, a questão chave continua a ser o meio: precisamos de 2 jogadores ali, um excelente volante, e um craque para a armação, que poderia ser o Kaká.

      Abraço,
      João

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