2009 (por Walace Cestari)

 

2009 fred

Era o 29 de outubro. O adversário, o Atlético Mineiro. Chovia e, nas arquibancadas do Maracanã, quinze mil desconfiados foram testemunhar o enterro simbólico do Tricolor. Mas havia um pedido, estampado em uma faixa nas arquibancadas: “Lutem até o fim”. E aquele jogo marcou o início da luta até o fim. Como todos nós sabemos, provamos que a estatística é mera ferramenta de trabalho do IBGE, não é segura quando três cores se multiplicam em quatro linhas.

Não estamos exatamente na mesma situação de 2009. Temos mais pontos, ainda há mais jogos à frente, há um cenário diferente, é fato. Mas, inegável é, igualmente, o fato que vínhamos jogando mal, muito mal, fazendo força para alcançar as piores colocações. E isso, sim, lembrava aquele campeonato. Inoperância, displicência, falta de esquema tático e crise técnica. O Flu não se achava em 2009, assim como não tem se achado em 2013.

Coincidentemente, veio a partida contra o Galo. Se aquela ocasião foi o nosso despertar para uma salvação tida como impossível, quem sabe a história não nos reservou igual sorte em 2013? Jogamos contra o Galo o que não jogávamos há tempos. Não o fino da bola, pois nem é isso que esperamos ou queremos. O que se viu foi a velha luta, o velho espírito guerreiro. Isso, que bom, faz-nos lembrar da reta final de 2009.

Melhor ainda por ainda se estar no meio do campeonato. Uma arrancada como a de 2009, livra-nos do Z4 e pode nos carregar (maldito vício otimista!) de volta a Libertadores. Temos todo um turno a realizar e encaixando nosso jogo, aliando a velocidade dos nossos garotos à recuperação técnica dos elementos-chave de nosso elenco.

Quero crer em 2009. Não pelo sufoco. Mas porque leio 2009 como superação, como virada, como demonstração de grandeza. E isso é tudo que espero do Fluminense. Torço para que o esquema do Bruxo continue dando certo. Para que nossos garotos não sintam o peso da crise, para que enxerguem oportunidades e esbanjem talento ao aproveitá-las. Para que nossos jogadores tarimbados deem respostas aos críticos com a bola que tem, com a competência que conhecemos. Ninguém pode ser bicampeão nacional de um campeonato de pontos corridos em três anos sem que tenha qualidade. E há de voltar a florescer.

Não somos os outros. Não fazemos cálculos como os outros. Temos 2009 como uma moeda de dois lados. Até agora, só vimos uma dessas faces. Junto à primavera, viramos a coroa. Vamos imprimir nossa cara no restante do campeonato. “As vitórias dos outros são simples, quase sem graça. Algumas beiram à banalidade, ao ridículo, as nossas não. As nossas são cardíacas (…), vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico.” Que o velho Nelson tenha novamente razão em predizer nosso futuro triunfo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Neste domingo, 08/09, Paulo-Roberto Andel e João Marcelo Garcez no stand do Fluminense na Bienal do Livro às 15 h.

http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1184&idProduto=1216

2 Comments

Comments are closed.