Certa vez em 2008, o Fluminense entrou em campo para um de seus desafios mais difíceis: tentar eliminar da semifinal da Libertadores o hexacampeão da competição – Boca Juniors. E em duas partidas heroicas, conseguiu.
Quatro anos depois, foi a vez do Boca dar o troco: Santiago Silva marcou no finalzinho e o Flu disse adeus à América. Ainda assim, fizemos história: vencemos dentro da Bombonera na primeira fase, façanha muito rara em se tratando de um time brasileiro. Melhor dizendo não foi adeus, mas sim até breve – agora estamos de volta, redivivos, entre os oito gigantes. Em La Boca, não há um só torcedor auriceleste que não respeite o Fluminense, ao contrário de boa parte da imprensa esportiva brasileira que, em breve, terá o livro que merece.
Em cinco anos, Fluminense e Boca Juniors tiveram confrontos notáveis e, por representarem os gigantes Brasil e Argentina, têm feito aquele que, hoje, é o maior clássico sul-americano – o que pode acontecer novamente em breve futuro, quem sabe?
Os clássicos são eternos.
Não existe futebol sem o outro.
A xenofobia político-econômica que se tenta impor (quase) sutilmente no futebol brasileiro através de hipérboles como a “barcelonização” do campeonato brasileiro beira o ridículo. Somos um país continental, com mais de uma dezena de times com milhões de torcedores e consumidores. O mundo está conectado pela internet.
O Brasil um dia se tornou pentacampeão mundial porque no Rio de Janeiro tivemos Fluminense, Vasco, Botafogo, América, Bangu e Gávea. Em São Paulo, o poderoso homônimo e mais Santos, Palmeiras, Corinthians, Juventus, Portuguesa, Guarani, Ponte Preta. Inter e Grêmio no sul; Cruzeiro, América e Atlético em Minas; Ba-Vi; o trio pernambucano, as forças paraenses. O Brasil é grande demais para ter somente dois clubes. E poucos se dão conta que este processo só atende aos interesses da televisão e mais ninguém.
Ano passado, o Corinthians ganhou a América com sobras em cima do Boca Juniors. Tinhoso, o esquadrão argentino deu o troco imediatamente e calou o Pacaembu nesta quarta-feira que passou. Gigantes que se digladiam, pugilistas que trocam jabs mortíferos, assim tem sido escrita a história da grande paixão de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
Ah, conforme se sabe com toda a notoriedade possível, a “barcelonização” em 2013 naufragou em maio. O calendário do futebol vai até o começo de dezembro. Vale uma reflexão a respeito.
Futebol não existe sem o outro. O resto é uma sonora bobagem, uma babaquice xenófoba sem cabimento e sequer sentido.
Lamartine Babo, gênio dos gênios, antítese da ignorância contemporânea, num só dia de 1941 escreveu versos emblemáticos e definitivos como “Tua estrela solitária te conduz”, “Tua estrela na terra a brilhar ilumina o mar”, “A cor do pavilhão é a cor do nosso coração”.
E, talvez, o mais impactante de todos eles quando se trata de futebol, com o luxuoso auxílio melódico do gigante Pixinguinha na introdução solo: “Nos Fla-Flus é o Ai-Jesus”.
Paulo-Roberto Andel
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
NOTA: Pessoal, na próxima segunda-feira, dia 20, às 19 horas, eu conto a história do dia mais feliz da minha vida de amor ao Fluminense. É a história de um gol de barriga apoteótico e pessoas chorando ajoelhadas, gritando, abraçando-se enquanto eu mesmo pensava que tinha morrido e renascido naquele dia. É a história de Renato Gaúcho, mas também a de Aílton, Ronald, Wellerson e todos aqueles que testemunharam o dia do maior Fla-Flu de todos, todos os tempos. Conto com vocês por lá. Também gravaremos o PANORAMA ao vivo (caso eu não morra de vergonha)
Como já escrevi, alhures e algures.
A LA é uma disPUTA muito obediente a sua cafetina, a comeCONMEBOL.
Pois nunca sai pra quem não pode sair.
E parece que vamos ter altas pornografias…
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########## ALERTA GRENAT ! ########
Roberto Silvera apitará Fluminense x Olimpia
Roberto Silvera (URU).
Amigos, apitará Fluminense x Olimpia, na quarta-feira, 22, em São Januário, o árbitro uruguaio Roberto Silvera. O jogo será a partida de ida das quartas-de-final da Copa Libertadores da América.
Roberto Silvera apitou até hoje 6 partidas do Fluminense, 2 vitórias tricolores, 2 empates e 2 derrotas:
17/04/2008 – Fluminense 1 x 0 LDU Quito/EQU – Maracanã (Rio de Janeiro)
28/05/2008 – Boca Juniors/ARG 2 x 2 Fluminense – El Cilindro (Avellaneda/ARG)
12/08/2009 – Fluminense 0 x 0 Flamengo – Maracanã (Rio de Janeiro)
25/11/2009 – LDU Quito/EQU 5 x 1 Fluminense – Casablanca (Quito/EQU)
04/05/2011 – Libertad/PAR 3 x 0 Fluminense – Defensores del Chaco (Asunción/PAR)
18/04/2012 – Arsenal de Sarandí/ARG 1 x 2 Fluminense – Julio Grondona (Sarandí/ARG)
Sua atuação na partida LDU Quito 5 x 1 Fluminense, jogo de ida da final da Copa Sul-Americana de 2009, foi catastrófica, tendo sido conivente com todas as artimanhas ilegais dos donos da casa. Em 2011, no jogo Libertad 3 x 0 Fluminense, Silvera foi especialmente covarde ao não combater a violência dos atletas paraguaios.
Os preocupantes números de Silvera em partidas de clubes brasileiros contra estrangeiros mostram uma tendência anti-tupiniquim. Em 34 jogos, houve 18 vitórias brasileiras, 7 empates e 9 derrotas, com 14 expulsões de atletas dos clubes brasileiros e 8 expulsões dos adversários. Em 2011, ele deu o cartão vermelho para 3 atletas do Santos na mesma partida, contra o Colo Colo. Em 2010, foi o Flamengo que teve 2 expulsos contra a Universidad de Chile. Em 2006, o Corinthians recebeu 2 cartões vermelhos, na partida contra a Universidad Católica.
(Um dado curioso é o aproveitamento do clube paraguaio Libertad em partidas apitadas por Silvera: 9 jogos, 7 vitórias e 2 empates, incluindo resultados expressivos como um 4 a 1 no América do México (fora de casa), e um 3 a 0 no Fluminense (precisando vencer por 2 gols). Evidentemente, é apenas uma coincidência que o Libertad seja o time do coração do ex-presidente da Conmebol, o senhor Nicolás Leoz.)
http://jornalheiros.blogspot.com.br/2013/05/roberto-silvera-apitara-fluminense-x-olimpia.html
Andel, como vai?
Texto pertinente, como sempre, e muito bem escrito. O tema merece uma dissertação mais alongada mesmo.
As “verdades” desta mídia “udn” e patronal não duram até a próxima esquina. E a paulistização que nos enfiam goela a baixo já encheu o saco….
A diversidade regional fortalece o futebol.
Abs ao talentoso escriba e ST.
Os interesses de quem quiz privatizar o futebol e suas posteriores negociatas atentaram contra a qualidade do futebol brasileiro: Post perfeito!