Brevíssimas considerações sobre 2021/2022 (por Paulo-Roberto Andel)

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Praticamente de férias, preciso registrar alguns pontos no PANORAMA:

1) Sinceridade é tudo. O Fluminense só apresentou alguma evolução se for comparado pelas sucessivas temporadas de luta contra o rebaixamento. Em 2021 se prestou ao incômodo papel de figurante: foi humilhado na final do Carioca, eliminado com facilidade na Copa do Brasil e Libertadores, além de ter feito uma campanha medíocre no Brasileiro (jamais esteve perto de disputar o título). Volta à grande competição continental única e exclusivamente pelo excesso de vagas destinado ao Brasil. Para completar, em raríssimas ocasiões ganhando ou perdendo a equipe tricolor conseguiu mostrar um futebol satisfatório;

2) Apesar dos inúmeros erros de montagem e manutenção do elenco, é certo que o Fluminense poderia ter alçado voos mais altos se tivesse um treinador de ponta. Boa parte da temporada foi desperdiçada com a insistência em Roger, que continuará a ser um dos grandes nomes do Fluminense dentro de campo no século XXI, mas também um dos piores à beira do campo no mesmo período;

3) Torcida não é claque. Quem quiser claque deve ir a programas de auditório e não ao Maracanã;

4) Parte da torcida do Fluminense precisa entender que todos são tricolores, inclusive os torcedores na faixa dos 40 anos para cima, que não comemoram sétimo lugar nem vibram com a expectativa de um verdadeiro Prevent Senior Tricolor, filme fracassado e reprisado;

5) A comparação entre o possível número de jogadores veteranos no elenco 2022 do Fluminense com o Atlético Mineiro chega a causar risos constrangedores. Basta avaliar as peças, o histórico e as performances individuais;

6) Rifar as peças de Xerém, em troca de altos salários para a contratação de veteranos decadentes, pode ser planejamento de qualquer coisa, exceto futebol;

7) Qual o problema em se ter muitos jogadores em idade avançada? Simples: pelos princípios elementares do futebol atual, saber que não é possível contar com todos simultaneamente. Que outro elenco foi bem sucedido no futebol mundial tendo 13 ou 15 jogadores com 35 anos ou mais?

8) Criticar os inúmeros problemas do Fluminense e seus dirigentes não é torcer contra, mas apenas defender uma bandeira histórica das arquibancadas tricolores, que sempre foram pautadas pela ação em vez da submissão, algo que muitos traduzem erroneamente como paixão. Torcer, todos torcem, mas existe uma grande diferença entre amar e abanar o rabo;

9) Não é coincidência que o propagado conceito de apoio incondicional, hoje quase imposto na arquibancada, é simultâneo aos mais de nove anos sem títulos relevantes que estamos vivendo;

10) Boa sorte aos novos contratados, ao treinador, à torcida e às verdadeiras contas do clube: todos vamos precisar muito;

11) Muito obrigado a todos os que têm prestigiado este PANORAMA nos últimos dez anos. Manter esse espaço é um grande sacrifício, mas recompensador pela amizade e carinho. Nossa proposta sempre foi a de livre opinião, de alternativas e contraditório, em clima de respeito, pouco importando o número de likes ou o que se chama de audiência.

Entre o quinto, décimo ou o vigésimo veículo tricolor em termos de alcance popular contra o número um em manipulação e picaretagem, não há dúvidas: o PANORAMA ficará sempre com a primeira opção.

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