Botafogo 1 x 2 Fluminense (por Felipe Fleury)

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Uma vitória para lavar a alma, contra um time encaixado, forte, organizado, a primeira vitória de virada na competição. Uma vitória onde o Fluminense foi Fluminense.

Primeiro tempo:

Até quem não é botafoguense sabe como o Botafogo começa seus jogos. Saída de bola, lançamento longo para um jogador que abre pela ponta, que toca de cabeça que passa em velocidade e este, ou chuta, se tiver condições, ou toca para alguém na área, porque a essa altura meio time já está acompanhando a jogada. Essa primeira tentativa parou nas mãos de Cavalieri, mas demonstra que se eu, torcedor do Fluminense, a conheço de cor, é porque é algo que acontece rotineiramente, porque o Botafogo é um time que tem um esquema bem definido e uma obediência tática impressionante.

O segundo lance sempre advém da marcação forte. É assim que eles fazem, marcam alto, forçam o erro e saem rápido nos contra-ataques, cada jogador sabendo exatamente onde o outro está. Menos de um minuto de jogo e nem foi preciso que a marcação se aproximasse muito, Renato Chaves fez a gentileza de dar a bola ao adversário, numa saída bizarra, que partiu para cima e tocou para outro posicionado na esquerda, este observou bem quem vinha de trás – e sempre vem alguém – e fez uma passe para que o atacante botafoguense marcasse o gol livre.

Depois do gol, o Flu tomou mais a iniciativa, mas como sempre, sem saber o que fazer com a bola, tentando o ataque invariavelmente através de bolas alçadas à área, todas – exceto uma que chegou em Marco Junio e outra em Renato Chaves – não resultaram em qualquer perigo para o goleiro alvinegro. Ou era isso ou chutes despretensiosos de fora da área.

O Botafogo, mesmo adotando um estilo de jogo que dá a posse ao adversário, foi sempre mais perigoso e poderia ter aumentado. O Flu, empacado em sua própria inércia, foi apenas um time esforçado, mas sem qualquer opção técnica de reverter o resultado no primeiro tempo, cujo destaque foi Marco Junio. Aliás, Marco Junio, mesmo que jogue mal, jamais receberá minha vaia enquanto se dedicar como se dedica em campo. Foi um exemplo para os demais na primeira etapa.

Segundo tempo:

O segundo tempo foi um outro jogo. Os papéis se inverteram. Tudo o que eu escrevi nos parágrafos anteriores não serve para o que se viu na segunda etapa: um Fluminense audacioso, renovado, marcando alto, usando menos o jogo aéreo, recompondo rápido, ganhando as divididas e as segundas bolas. Tanto que, assim como fez o Botafogo no primeiro tempo, o Flu iniciou o segundo com tudo, pressionando e o gol quase saiu num balaço de Scarpa no Travessão do Botafogo. Mas não parou por aí, o Tricolor foi persistente e ofensivo o tempo inteiro.

Aos 17, após uma reposição de Cavalieri, Dourado deu excelente passe para Marco Junio, que fuzilou Catito, empatando o jogo com justiça. Justiça para o jogo, justiça para Marco Junio, irretocável na partida. Quase em seguida, Dourado fez outra assistência que Sornoza quase pôs para dentro. O Botafogo sentiu o baque, sobretudo porque o Flu não parou, satisfeito com o empate, e buscou sempre a vitória, não permitindo que a equipe alvinegra respirasse.

Com a saída de Marco Junio, a equipe arrefeceu, pois W. Silva, definitivamente, não tem a mesma disposição do baixinho atrevido. Mesmo assim, o Flu era o merecedor da vitória e ela veio, e de virada – a primeira no campeonato – com um passe de Scarpa para Matheus Alessandro, que deu nova vida na direita, que entrou como um foguete e bateu com força entre Catito e a trave. Gol do Flu, gol da virada, gol da redenção de um time que precisava se reerguer.

Este é o Flu que a torcida sempre quis ver no campeonato, o Flu do segundo tempo, um time que nunca deixou de ser brioso, mas que foi mais organizado e inteligente dentro de campo.

Renato Chaves, depois do erro, não errou mais. Dourado deu duas ótimas assistências, uma para um gol, além de ter lutado o tempo inteiro. Marco Junio fez um de seus melhores jogos pelo Tricolor. Scarpa tem errado, mas suas assistências têm sido fundamentais, como a de hoje para o jovem Matheus Alessandro. E o mais importante, Abel não errou.

A primeira virada no campeonato contra o Botafogo teve um sabor mais que especial. Não teve ressaca, teve uma vitória que encheu de orgulho os maltratados Tricolores. Que seja assim até o fim. Parabéns, Fluminense.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: f2

1 Comments

  1. “fez uma passe para que o atacante botafoguense marcasse o gol livre.”

    Repare que os tricolores não acompanham o atacante.

    ST

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