A crônica de Flu 1 x 0 Palmeiras (por Paulo-Roberto Andel)

O jogo da pluralidade

Pois bem, entramos em campo no último horário da rodada, já sabendo da necessidade premente de vitória tendo em vista a vitória do Atlético sobre o Vasco. Fluminense contra Palmeiras no Engenhão, vitória nossa pelo tradicional escore de 1951 e do jeito tradicional – o gol no finzinho -, a subida para a vice-liderança da competição e, acima de tudo, a certeza de que brigaremos até o fim. Mas não foi fácil, longe disso. Nunca é.

Antes, saímos na frente no confronto de uniformes. A bela camisa cinza e branca que revive os primórdios do Fluminense estava contrastada com a estranha “marca-texto” palmeirense. Entendo a modernidade dos uniformes atuais, mas desde que me entendo por gente o Palmeiras é o Verdão, não um verde-limão-seco-estorricado. Vida que segue.

E o jogo? Vejamos o primeiro tempo. O Palmeiras, apesar de mostrar nítida preocupação defensiva e claro interesse pelo empate, em algumas oportunidades foi perigoso e poderia ter marcado seu gol. Mas Cavalieri passa um momento colossal: defendeu tudo e, quando não conseguiu plenamente, a trave impediu. Reparem as defesas fantásticas de nosso goleiro na cabeçada de Barcos e, a seguir, no chute cruzado de Fernandinho. Cavalieri é plenamente selecionável neste momento – ou, ao menos, tão logo a seleção tenha um treinador.

Mas Fred também teve uma boa chance, cabeceando por cima do travessão depois da falta cobrada por Neves – uma das poucas coisas que o 7 certou em campo. Em outra, o artilheiro também raspou de cabeça, no risco da pequena área, mas a bola passou rumo à linha de fundo. Deveríamos ter jogado mais à frente, mas talvez a escalação inicial tenha comprometido tal objetivo. Tivemos nossas chances, mas o alviverde também. Um zero a zero razoável para o começo da noite.

Na volta, sem Wagner (em bom momento), poderia ter sido a hora de colocar o Fluminense com maior ímpeto ofensivo. Abel optou pela prudência e colocou Diguinho; mais tarde, contudo, o treinador não se omitiu e pôs Matheus Carvalho e Samuel, incomodado o Palmeiras bem mais do que no primeiro tempo. E não se pode negar que, com a entrada de Diguinho, Jean ficou mais à frente – o que deu maior qualidade ao time.  Outra decisão acertada foi tirar Neves e manter Sóbis em campo, o que pareceu dar mais consistência ao time em termos de armação e chutes de fora da área.  Na defesa, Gum completou 150 jogos e foi mais um monstro, um leão de garra e fúria, sem espaço para qualquer investida mais perigosa do Palmeiras quando esteve numa dividida.

Em algum momento, quando o jogo ainda estava relativamente equilibrado, Leo me disse que poderia ser uma vitória “à Coritiba” – ou seja, com gols arrebatadores no final. Não foi da mesma forma, embora nosso placar tenha sido justo: a partir dos 25, 30 minutos, virou definitivamente um jogo de ataque contra defesa – o Fluminense agressivo e buscando a vitória, o Palmeiras respirando pelo empate. E o gol fez justiça a um jogador que há muito tem se empenhado pelas cores do Fluminense desde que chegou às Laranjeiras: Jean. Foi dele, aos 38 minutos, o lindo gol já dentro da grande área, completando uma jogada que começou com Matheus Cavalho pela esquerda e, a seguir, um espetacular passe de Sóbis – se pensarmos na “lógica”, era de se esperar que o contrário acontecesse. Bola no canto esquerdo do bom goleiro Bruno e números finais da partida – naquele momento, o Palmeiras não tinha mais qualquer força para reagir ao revés.

Brilhamos pontualmente neste jogo, fomos mais objetivos do que nunca. Existe uma diferença a ser tirada do Atlético pela liderança, existe o rol de outros competidores por perto. Entretanto, todos eles já dão a espiadela e não deixam de comentar algo que se repete há mais de cem anos: “Ih, lá vem o Fluminense!”

Nossa consistência nos permite sonhar cada vez mais alto em dezembro. Oxalá.

Paulo-Roberto Andel

@pauloandel

Panorama Tricolor/ FluNews

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4 Comments

  1. 1- Pelo 3º ano seguido, vencemos na sequência São Paulo e Palmeiras. Para os que falaram em 2010 que ambos entregaram os jogos e o Flu não teria condições de vencê-los, está aí os fatos.

    2- Entra ano, sai ano e o Fluminense sofre com um número enorme de jogadores contundidos. Ontem, foi a vez de Wágner, isso não pode ser apenas coincidência, é preciso ir à fundo para descobrir porque isso vem acontecendo à anos.

    3- O corinthians estampou ontem em suas camisas a propaganda do criança esperança.

    Uma mão lava a outra…

    1. Breno, eu já estou ansioso por esses dois jogos lá em SP!

      Sobre as contusões, nem sei mais o que dizer.

      Sobre o curintia tirando cada vez mais o status de queridinho da Globo dos mulambos eu ainda não decidi se é bom, ruim ou a mesma m*.

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