Zubeldía reproduz erros fatais de Renato (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, havia duas coisas que diferenciavam o trabalho de Zubeldía do de Renato: jogadas de ataque treinadas e melhor desempenho nas substituições.

Quanto às jogadas ofensivas treinadas, continuam acontecendo em profusão, elevando cada vez mais o desempenho do nosso ataque, que não passou em branco nenhuma vez sob seu comando.

O mesmo já não se pode dizer sobre o desempenho nas substituições. Quando essa vocação para tirar o doce da nossa boca na hora da melhor parte do recheio se une à má vontade dos sopradores de apito, temos o Fluminense repetindo sua sina de correr para não chegar no Brasileirão.

Tenho, às vezes, a impressão de que isso é premeditado. Depois de uma sequência de bons resultados, que nos aproxima de um objetivo coletivamente reconhecido, nós mesmos freamos nosso avanço com os mesmos erros que se reproduzem há anos.

Indo ao jogo diante do Mirassol, é importante observar que é um dos melhores times da competição, que ainda conta com uma rotina bem mais leve que os demais, sem disputar competições paralelas. Apesar disso, o Fluminense poderia ter vencido o jogo e teve oportunidades para isso, inclusive um gol mal anulado pela arbitragem criativa, que reivindica para si o protagonismo dos jogos, por mais que preferíssemos sua discrição.

De qualquer forma, não é o jogo que quero analisar, porque isso já foi feito por muitos. O que quero trazer à tona é essa sina das más substituições. Zubeldia escalou a equipe com uma única mudança em relação a vitória sobre o Atlético MG. Keno substituiu Serna, convocado para a Seleção Colombiana.

As substituições começam já no intervalo. Machucado, o próprio Keno (novidade) foi substituído por Soteldo. Deveria ser um mal sinal, mas o Fluminense até melhorou em campo e chegou ao empate aos 11 minutos da segunda etapa, mas é nessa hora que o espírito de Renato Gaúcho, Mano, Diniz, Roger Machado, Abel, Marcão & Cia se apropria dos sentidos do nosso atual treinador.

Pouco tempo depois, sem justificativa aparente, substitui JK por Cano, que, em 10 minutos, conseguiu ligar três contragolpes perigosos do Mirassol. Só para esclarecer, isso é literalmente o que aconteceu. Em contrapartida, acertou chute perigoso em deslocamento pela entrada lateral direita da área paulista.

O Fluminense começou a se desmanchar mesmo com a entrada de Santi Moreno no lugar de Canobbio e com a saída de Lucho Acosta, o cérebro criativo do time, para a entrada de Lima, que pouco viu a cor da bola ou entendeu o sentido do jogo. Nada comparado a Santi Moreno, que parece um habitante das savanas africanas perdido no meio da Nossa Senhora de Copacabana. É difícil de acreditar que esse rapaz seja jogador de futebol.

Aí a vaca foi para o brejo e nós voltamos à realidade. Nada de Riquelme ou Lavega, enquanto Santi Moreno, essa nova versão do sinal dos tempos, esse cavaleiro do apocalipse, ousa nos assombrar com o aval do técnico e, por que não dizer, da direção do clube.

Saudações Tricolores!