Young Flu, 50 anos (por Paulo-Roberto Andel)

Não importa o dia ou a circunstância: todo tricolor que esteve no Maracanã, e especialmente no velho Maracanã de tantas glórias e sonhos, já foi Young Flu por um instante. Podem procurar, desde os autênticos que lá estiveram até galhofeiros que dizem ter estado, só para aditivar o currículo tricolor. É do jogo, mas quem conhece a história sabe quem é quem.

Na pequeníssima parte que me cabe, destaco dois momentos. Um deles, na época do monumental time de 1983-85 (e que deu sobras até 1989), quando passei a ver as partidas atrás do gol no degrau mais alto da arquibancada. Por uma hora e meia eu me sentia imortal vendo o mar branco de cima para baixo, principalmente quando explodia na entrada do time em campo ou na comemoração de um gol. E tome pó de arroz para isso.

Vinte e tantos anos depois, a emoção foi outra: do outro lado da arquibancada lotada, ver a Young puxando o coro de uma das maiores reações da história do futebol brasileiro, na incrível façanha de 2009.

Se os garotos da minha época batiam palmas e seguiam a jovem Força Flu do começo dos anos 1980, não deixaram de suspirar pela Young Flu que foi se agigantando com o tempo naquela década e promovendo festas espetaculares.

Sem a Young, a arquibancada do Fluminense teve uma lacuna que não pode ser preenchida, queiram ou não os adeptos do futebol moderno. E que esse maldito tempo de pandemia acabe, para que possamos rever o mar branco, furioso e apaixonado que, a cada jogo, grita e pula pelo Flu. Precisamos nos reencontrar com a nossa história.

Tive e tenho amigos por lá, admirações também, e não posso deixar de falar de Armando Giesta, a quem tive não somente o prazer de entrevistar por horas, mas também o momento engraçadíssimo de estamos juntos secando um rival no Maracanã lotado. E não poderia deixar de falar de camaradas como Leonardo Moretti e Wildson Botelho, que fortalecem este PANORAMA diariamente, nem dos professores Gustavo Coelho e Leandro Carvalho – oh, camarada!

Queria um dia voltar a ter dezessete anos, só para estar novamente no degrau mais alto do Maracanã e, atrás do gol, rever tardes e noites inesquecíveis. Eram dias de mar branco, sambas – e depois funks – vigorosos, muita atitude e a força de uma torcida que será jovem para sempre, a começar pelo nome.

Um viva aos 50 anos da Young Flu.