Vencer ou vencer, eis a questão (por CH Barros)

A torcida tricolor ainda está abalada pelo desastre apresentado no jogo da última quarta-feira, e provavelmente horrorizada também pela maneira que o Fluminense se comportou em campo.

Na minha concepção, iríamos trazer uma vitória de Santa Catarina, algo que passou longe de acontecer. Pensei que, com o time que deve ser escalado para o resto da temporada em campo, teríamos sucesso no gramado em que nos sagramos campeões da Copa do Brasil em 2007. Infelizmente deu tudo errado: o time desconcentrado taticamente, logo, mal escalado pelo Odair.

Trouxemos na bagagem uma derrota de 1 a 0 e a esperança de reverter esse resultado no jogo de volta, no Maracanã. É possível fazer dois gols no Figueirense, pois não é um time maravilhoso; basta Odair fazer as opções certas e não inventar que iremos construir esta vitória sem grandes dificuldades.

Todavia, antes da decisão contra o Figueirense enfrentaremos o Vasco – aff! – pelo Campeonato Carioca. Bateremos de frente com o rival que outrora era o nosso maior freguês e que hoje coleciona facilmente vitórias contra o nosso Tricolor das Laranjeiras – isso é um dos exemplos, se não um dos maiores, de como o Fluminense mudou de uns tempos pra cá dentro de campo, sobretudo contra seus rivais. A postura aguerrida nos clássicos mantida até o final dos anos 1980 e estendida por um pouco para os anos 1990 – em algumas ocasiões -, desapareceu inacreditavelmente, sendo raríssimas vezes repetida nos dias de hoje.

Se pegarmos todos os confrontos entre Fluminense x Vasco de 1993 para cá veremos a disparidade nos números e a maneira de como o Vasco conseguiu acabar com a soberania tricolor no clássico. Às vezes fico entristecido e pensando em como isso aconteceu e qual é o porquê disso tudo.

O Fluminense se apequenou demais ao longo dos anos, e isso dói demais. Nós torcemos para o clube que foi considerado a organização esportiva mais perfeita do mundo em 1949, época que tínhamos reverência e que os jogadores respeitavam a nossa camisa. Torcemos para o time que um dia foi defendido por Preguinho, Welfare, Castilho, Waldo, Orlando Pingo de Ouro, Flávio, Gerson, Mickey, Lula, Samarone, Félix, Rivelino (como disse o eterno Francisco Horta em uma entrevista que vi no youtube: RI-VE-LI-NO!), Doval, Carlos Alberto Torres, Assis, Washington, Romerito e outros ilustres jogadores que estiveram no Laranjal. O Fluminense possui muita história – ele é a história – e está na raiz do futebol brasileiro. Foi ele que ajudou a seleção brasileira a dar os primeiros passos. Já estamos esgotados de ver nosso clube passar por vergonhas, ficar anos sem vencer um rival e, principalmente, de deixar de ser protagonista nas principais competições – é bom ressaltar que o Fluminense nasceu para sempre ser protagonista, assim como tem a vocação para a eternidade, como dizia o saudoso Nelson Rodrigues.

Temos que vencer o Vasco neste domingo mesmo sem torcida em função dos portões fechados, não importa se será com os reservas ou o com o time que perdeu o último jogo. Estará em campo toda a história deste clássico que infelizmente tem vivenciado muitas situações desagradáveis, tal qual a patética decisão da Taça GB do ano passado. Águas passadas, porém que não podem ser esquecidas.

Que venha o freguês de antanho que hoje é pedra no sapato para que possamos vencê-los e assim irmos mais confiantes contra o Figueirense na quarta-feira. Torçamos como nunca, é o que resta.

Panorama Tricolor

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