Um tapa na cara da lógica (por Heitor Teixeira)

Escalar Daniel de segundo volante é inexplicável.

Sei que já se passaram dias após a partida contra o Grêmio e que muito já foi dito, mas é importante reforçar isso já que é algo que demonstra um problema crônico de Fernando Diniz.

Em 2019, o Fluminense utilizou, durante a maior parte do trabalho de Diniz uma formação que trazia o meia Danielzinho como auxiliar de Ganso na criação central. Esse esquema gerava um certo controle dos jogos, em grande parte um controle estéril, que ao mesmo tempo deixava espaços e gerava chances muito claras aos adversários que, mesmo com menos posse de bola e finalizações, aproveitavam e eram mais letais. Após a saída do treinador e alguns meses com Oswaldo, o time finalmente se achou quando Marcão alçou a equipe titular Yuri, ele mesmo, o atual talismã da cantora Iza. Mesmo com fraco futebol, o volante com maior lábia do Brasil deu uma simples estabilidade que garantiu a melhora da equipe que escapou do rebaixamento naquele ano.

Quatro anos depois, Diniz parecia ter evoluído nesse quesito. Já há um ano no comando do tricolor, ele ainda não havia escalado a equipe de forma tão exposta nenhuma vez, até que, no último domingo, a ideia estava lá de volta.

Daniel retornou e com ele o esquema kamikaze que, para a surpresa de ninguém, gerou um jogo em que o Fluminense teve mais posse de bola, finalizações e cedeu chances claras ao adversário que garantiram uma derrota considerada “injusta” por muitos.

E é aí que vem o problema estrutural:
Diniz insiste no erro. Daniel de segundo volante, Felipe Melo de zagueiro sem proteção, não trabalhar contra-ataques e tantos outros são exemplos desse problema que fazem com que esse treinador que poderia ser brilhante ainda tem dificuldades em manter sua equipe no mais alto nível.

Ainda gosto de Fernando Diniz, mas esse último jogo foi um tapa na cara da lógica.