Um garoto do Andaraí (por Marcelo Diniz Gomes)

O garoto começa a gostar de futebol. E os primeiros botões? Aqueles dos times que formam o maior clássico do mundo, o Fla-Flu.

Mas o tempo foi passando e ele foi descobrindo novos confrontos. O time que escolheu dentre os dois, o Fluminense Football Club, era temido, gigante e seus adversários sabiam que era difícil derrotá-lo.

A paixão pelo futebol só aumentava quando, de repente, o Fluzão do coração chega à final do Brasileirão de 1984 contra o rival local, Club de Regatas Vasco da Gama.

Pela primeira vez na vida, o garoto experimenta a magnitude das arquibancadas tricolores, levado pelo seu tio também tricolor, e justamente no jogo da final.

O que aconteceu todos sabem: a primeira partida o Tricolor venceu por 1 a 0, gol de Romerito, que se tornaria ídolo supremo.l

Feliz da vida, o garoto saboreava na semana seguinte em casa, no doce bairro do Andaraí, o tão sonhado título brasileiro no empate do segundo jogo, por 0 a 0.

O garoto pega a bicicleta feliz, narrando o gol de Romerito que vira no estádio, celebrando a vitória máxima de um clube fadado a glória.

Trinta e nove anos se passaram e as coisas mudaram bastante para as duas equipes.

Hoje o garoto do Andaraí tem 45 anos, ainda sonha com o Fluminense gigante de outrora e quer reviver de novo a magia do Clássico dos Gigantes, entre Fluminense x Vasco.

Mas ele sabe que muitas coisas têm o seu tempo e seu lugar.

Nesse domingo os dois gigantes entram em campo. Um, o Fluminense tentando se achar em 2023, onde fez um caminho por vezes tortuoso em 2022, mas que teve até um final feliz. Por sua vez o outro, o rival Vasco apequenou-se nesses últimos tempos e tenta ser protagonista novamente. O clássico desse domingo é um primeiro ato para seu árduo caminho.

Nisso tudo há memórias, tradição, vitórias e esperança.

A esperança de reviver 1984, onde fomos bicampeões cariocas e ainda levamos o Brasileiro.