Um Fluminense disruptivo no 3-1-4-2 (por Marcelo Savioli)

Que eu tenho preferência pelo 3-1-4-2 já não é mais novidade para ninguém. O que eu não esperava era chegar a essa matriz tática com o elenco atual.

Pois a atuação do Yuri no último amistoso me inspirou, sobretudo porque há dois jogadores no Sub-23 que podem ocupar a mesma posição: André e Martinelli.

Yuri finalmente me convenceu de que pode atuar nessa posição, porque é um jogador que está sempre bem posicionado na saída de bola, sempre disponível para o passe. É um ótimo peão defensivo atuando entre a linha de três zagueiros e a linha média.

Hudson atuaria como terceiro zagueiro pela esquerda, que acho a melhor posição para atuar no momento, já que marca bem e tem bom passe. Nino e Hudson seriam a cobertura para que finalmente os nossos alas atuassem como tal, sem ter que recompor na última linha de defesa e no momento seguinte estar lá no campo ofensivo buscando a  oportunidade de um cruzamento.

Com um quarteto defensivo, podemos ter dois meias que se aproximem de verdade do ataque, logo é preciso que sejam jogadores de criação. O meu ideal seria Ganso e Miguel, mas com o ânimo atual do Ganso eu acho difícil. Por isso vou de Yago, que atuando mais próximo do ataque fez suas melhores partidas.

Já falei também que gostaria de ver o Wellington Silva atuando de ala, porque de atacante ele é uma piada, com sua incrível dificuldade de finalizar uma jogada. Jogador que corre com a bola, mas que dribla bem e não se omite na marcação. Seria uma excelente opção vindo de trás e com espaço para correr e driblar.

O meu outro ala seria o Gilberto, finalmente protegido por uma linha de três zagueiros, mas nem adianta a gente perder tempo falando de quem foi vendido ou de quem vendeu. Temos que falar de um projeto global para o Fluminense, mas não vou abordar esse tema agora para não ser repetitivo.

Então a gente tenta o Calegari, o Julião e se for o caso até o próprio Wellington ou o Pacheco.

Nessa formação nós temos muitas peças para rodar. Como puderam observar, temos de fora Ganso, Nenê, Michael Araujo, Pacheco, Fred, Dodi, Digão, Julião, Egídio, Muriel e Lucas Claro. Sem contar com algumas boas peças do Sub-23, inclusive o Nascimento, meia que também vem chamando atenção, e o Luiz Henrique.

A gente deixa o registro para ver se o Odair se inspira, rejuvenesce esse time titular, dá mais leveza ao meio e velocidade às ações ofensivas, sem comprometer o sistema defensivo.

Com a ideia atual do Odair nós começaremos a sofrer cedo, já na estreia, quando pegaremos um dos favoritos aos títulos da temporada. Quem viu o Gre-Nal de quarta percebeu o que teremos pela frente.

E não é só o Grêmio. O próprio Inter, mesmo derrotado, é o melhor que eu vejo nos últimos oito ou nove anos. A decepção é o Bahia, time com muitas deficiências técnicas, o que me surpreende.

Tem uma pirâmide curta lá no alto, onde cabem Flamengo, Grêmio, São Paulo, Atlético MG e Palmeiras. Tem uma linha de segurança logo abaixo com: Corinthians, Fortaleza, Inter e Atlético PR. E tem dois sérios candidatos ao rebaixamento antes do campeonato começar: Atlético GO e Sport.

O resto, e o Fluminense está incluído nisso, é o comboio das emoções indesejadas. A gente reza para o campeonato começar e chega no final torcendo para acabar logo.

Quem sabe se o Odair começar já a tentar um Fluminense disruptivo não descobre um time realmente competitivo, que pelo menos se desgarre desse comboio e tente uma vaga na Libertadores em 2021, o que já seria um feito, embora ainda tenhamos uma Copa do Brasil para disputar (que medo!).

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

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