Um ano de uma grande vitória na Arena (por CH Barros)

Se olharmos para um ano atrás, veremos foi um dia em que o Fluminense fez história: 05/05/2019. Nesta data, o nosso amado Tricolor das Laranjeiras conquistou nada menos do que uma das maiores viradas de sua história e até mesmo do futebol brasileiro. Foi o dia do grande 5 a 4 contra o Grêmio, no Rio Grande do Sul.

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Cinco de maio de dois mil e dezenove. Quem de nós iria imaginar que, um anos depois, estaríamos vivenciando uma pandemia que nos obrigaria o isolamento social e, consequentemente, viver sem o futebol, uma grande paixão nacional? Ninguém. Mas, similarmente, horas antes da partida iniciar, ninguém iria pensar que viveríamos noventa minutos de ódio, dor, sofrimento, amor, alegria, êxtase. Seis sentimentos em pouco mais de uma hora em virtude do grande triunfo tricolor.

Começou a partida. Fluminense e Grêmio, duas forças da natureza, realizando um embate quase centenário. Cinco minutos depois, a preocupação: gol do Grêmio. Sete minutos depois, a aflição: segundo gol dos caras, p… que pariu. E, como se já não bastasse, aos vinte e um, já era goleada: 3 a 0, com André marcando o gol. À vista das últimas partidas tricolores, eu pensava que já tinha ido tudo por água abaixo. Talvez tivesse esquecido – pela raiva – o lado sobrenatural tricolor, que faz-se presente nas horas mais ímprobas.

Já tinha saído da sala; ido pro quintal reclamar sozinho, no celular, enfim. Eis que estou lá, zangado, e ouço um gol. Vim correndo pra ver de quem era, e advinha? Era do Fluminense. O começo da milagrosa reação. Yoni González deu o pontapé inicial para a abertura de uma das maiores vitórias tricolores. Ok, sem festa, os caras ainda estão com dois a mais. Não obstante, o que vem três minutos depois? Gol do Fluminense! Céus! Agora vai pegar fogo mesmo. “Estamos vivos, eu sabia!”, dizia o meu avô. Sentei no sofá vãmente pra ver se acontecia algo antes do intervalo.

Veio o segundo tempo. Aflição. Tudo pode acontecer. Nove minutos depois, a surpresa para os gremistas: empate tricolor! Matheus Ferraz, o xerife! Cabeçada mortífera! O inacreditável acontecia: era o velho Fluminense mostrando o porquê de ter, sobretudo, vocação para a eternidade, como disse o mestre Nelson Rodrigues. Daí por diante, o jogo ferveu. Atônitos, tricolores e gremistas viam o jogo com os nervos à flor da dele. Imagina quem estava na Arena do Grêmio? Arrebatamento total.

Depois do empate, vieram infinitos dezessete minutos em que os torcedores criavam em suas mentes o desfecho da partida fenomenal. Quem apostou em empate, errou; quem apostou na vitória gremista, passou longe; quem apostou na vitória do Fluminense, deveras, acertou em cheio. Assim sendo, o Flu virou: Pedro – o ingrato de hoje –, de pênalti, marcou o tento responsável pelo enlevo da torcida tricolor: era a tão esperada virada concretizando-se aos poucos. Festa e alegria, mas, calma, afinal, ainda faltavam dezenove minutos para o término da partida.

Após a virada, o Grêmio, enlouquecido, partiu para o tudo ou nada – e quase deu certo – indo a todo o momento ao gol tricolor. O Flu se segurava como podia, mas uma hora não conseguiu: veio o empate. Impossível, dizia, lamentando todo o esforço tricolor de virar a partida. Contudo, ao mesmo tempo, tranquilizei-me, por incrível que pareça: eu sabia que, depois de tudo aquilo, o Fluminense iria vencer o jogo, nem que fosse necessário haver um dia de partida. O quinto vai sair, falava. Meu pai me ligou dizendo: jogaço, hein! Eu disse: é, mas vai ficar melhor ainda: já, já, vamos virar, oxalá.

E não é que eu tinha razão? Nos instantes finais – como sempre – o Fluminense foi e, com estilo, sacramentou a virada: 5 a 4, fenomenal! Regozijo tricolor, há muito tempo não víamos uma virada tão incrível como essa. Só mesmo o nosso amado Fluminense para proporcionar tamanha alegria para nós, que temos a dádiva de adorá-lo e a sabedoria de compreender o quão grande ele é. Orgulho sem fim. Ver um triunfo desse, ao lado de meus avós e meu tio, não teve preço. O Fluminense foi muitas vezes responsável por felizes momentos ao lado deles.

Que venham muitas e muitas vitórias como essa, para podermos saber, cada vez mais, que a escolha de ser Fluminense é, com efeito, uma dádiva singular. Uma pena que o ano de 2019 não tenho sido um espelho dessa partida.

Grêmio 4 x 5 Fluminense: igual a este, dificilmente haverá em pouco tempo.

Saudações Tricolores.

Panorama Tricolor

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