Torcida, tensão e paixão (por Erica Matos)

Ser Fluminense não é ser melhor mas ser certo. Não é vencer a qualquer preço mas vencer-se primeiro para ser vitorioso depois. É não perder a capacidade de admirar e de (se) colocar metas sempre mais altas, aprimorando-se na busca! E jamais perder a esperança até o minuto final.

Artur da Távola

desepera

Existe um sentimento inexplicável que permeia o coração do torcedor do Fluminense. Se a esperança é a ultima que morre para os comuns, pra nós ela pode até ressuscitar.

Passamos uma semana cheia de acontecimentos no clube.

Perdemos para o rival no domingo, estamos virando peneira de tantas garfadas que tomamos da FERJ. Nosso capitão falou como sempre e foi digno como nunca. O presidente pacato também abriu o verbo e falou como líder.

Chegamos na quarta-feira para enfrentar o Madureira, com seu presidente que falou o que quis de nós e andou grudado com o Roubinho e Eurico.

Confesso que esse campeonato está sendo feio de um lado mas, por outro, sinto gosto de batalha moral contra os que se acham donos do futebol carioca.

Fiquei mais nervosa do que esperava antes e durante a partida contra o Madureira. Vi um bando em campo, um futebol feio mas tinha a esperança de que o milagre acontecesse. Afinal, somos feras em presenciar milagres, mas há um bom tempo não víamos um.

Engraçado como somos muitas vezes orgulhosos com o nosso próprio time e lutamos contra um sentimento que não controlamos.

Meu pai anda calejado, quase não vai às partidas, assiste desacreditado e a motivação que já vi a 100, hoje está a 10. Mas e o sentimento? O amor? Temos escolha? Não, não temos. Por pior que o jogo estivesse, lá estava o pai fingindo que não estava nem aí, mas era só a bola chegar perto da área para ele arregalar os olhos e expressar nervosismo misturado à esperança.

Nos minutos finais, presenciamos mais um daqueles milagres. Sim! Foi no Euricão 2015, mas um milagre do mesmo jeito. Jogo feio, futebol estranho e resultado positivo.

Quando aconteceu o nosso gol da vitória, revivemos aquela adrenalina que faz os minutos virarem horas, esperando o apito final.

Aí começo a ler comentários e frases clichês inevitáveis: “Se não for sofrido, não é Fluminense”. Eu concordei com ela em muitos jogos ao longo da minha jornada como torcedora e quarta-feira novamente

Para nós, nada parece ser fácil (por isso que ainda estranho o ano de 2012). Os tais minutos finais nos faz perder o chão, esquecemos que existe um mundo ao nosso redor, sentimos nosso coração palpitar até o final do jogo do “Time de Guerreiros”.

Ganhar na dificuldade é muito gratificante, comemorar o final do sofrimento nos deixa eufóricos. Somos apaixonados e desistir nunca foi do nosso feitio.

Não teve como não lembrar que dependendo do resultado dos jogos da semifinal, podemos sim, ter um Fla-Flu na final do campeonato carioca depois de 20 anos. Seria um belo tapa no Eurico, Rubens e companhia, terminar a festa que eles querem para eles com o Clássico dos Clássicos.

Preciso preparar o meu coração, pois emoções estão por vir e eu, que não pude estar no gol de barriga, gostaria muito de ver mais um milagre vinte anos depois.

Com um gol de orelha, quem sabe?

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @erica_matos 

Imagem: gata

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