Quem quer, monta um time (por Leonardo Maia)

Na coluna passada, indiquei que o Fluminense poderia ter montado um grande time para esse ano. Na verdade, ano passado já poderia ter rolado um time muito bom, não fossem as contratações equivocadas do Abad no meio do ano.

Seja como for, em 2020 a possibilidade do timaço era cristalina.

Aos fatos.

Pensemos o elenco inicial para 2020 sem NENHUM reforço ou renovação: só os que já estavam garantidos.

E também sem nenhum ’empréstimo’, cujo ônus, ao menos em parte, acaba caindo sobre o próprio Fluminense.

Goleiros: Muriel, Marcos Felipe, e Marcelo Pitaluga.

LD: Calegari, Daniel, Wisney e Diogo.

Zaga: Frazan, Luccas Claro, Matheus Ferraz, Derlan, Higor e Reginaldo.

LE: Mascarenhas, César e Orinho.

Volantes: André, Dodi, Zé Ricardo, Nascimento e Caio.

Meias: Ganso, Nenê, Miguel, Paulo Victor e Wallace.

Atacantes: Marcos Paulo, Matheus Pato, Matheus Alessandro, Lucas Barcellos e Robinho.

Com esse elenco, teríamos o seguinte time-base para começar o ano: Muriel (na verdade, eu iria de Marcos Felipe); Calegari, Frazan (ou Luccas Claro), Matheus Ferraz e Mascarenhas (ou César); André (ou Nascimento), Dodi, Ganso e Miguel; Marcos Paulo e Nenê (ou Matheus Pato).

Com a chegada dos reforços, o time se altera. Até agora, do que vimos, a melhor formação parece ser a seguinte: Muriel; Gilberto, Nino, MF (ou Digão) e Egídio; Yuri, Hudson, Yago e Ganso (ou Araújo ou Nenê); Fernando Pacheco e MP. Confere?

Bom, de cara me pergunto se o segundo time é mesmo melhor do que o primeiro? Que ele é bem mais caro, isso é certo.

Na verdade, acho o primeiro time mais promissor e, se bem treinado, mais intenso.

Faltariam um lateral, ou dois. Dois meias (um 8, pelo menos). E um 9.

Mas a questão aí não é exatamente comparar os dois times. O importante é entender que, com esses reforços e renovações, gastamos pelo menos R$ 2,5 milhões mensais de folha. É só somar: Gilberto, Julião, Nino, Digão etc. Foram 2,5 mi em renovações e contratações de jogadores apenas medianos, ou veteranos, que só incham o elenco. Ao final, temos um time que não é muito melhor com eles do que sem.

A pergunta óbvia é se foi a melhor opção fazer essas contratações. Ou o que se poderia ter feito com toda essa grana.

Exemplo: se a questão era negociar com o Uram para manter o Evanilson (que é bom jogador), por que pegar Egídio? O Diego Souza também é atleta dele e ficou sem clube até o finalzinho da janela. Foi para o Grêmio, e já é artilheiro por lá.

Do meio para frente, a coisa já mudaria:
André, Dodi, Diego Souza e Miguel (ou Ganso ou Nenê); Marcos Paulo e Evanilson.

Quanto gastaríamos nos dois, DS e Evanílson? Uns 700 mil/mês?

Com o mesmo Uram, nesse mesmo pacote, se poderia ainda negociar a prioridade para ter o Jorge e o Paquetá, que são representados por ele e estavam encostados na Europa. Chegando então Diego Souza e Evanílson, estaríamos ainda com cerca de R$ 1,8 milhão economizados por mês.

Além disso, há os 500 mil que se quer pagar ao Fred.

Nossa poupança mensal estaria na casa dos R$ 2,3 milhões aproximadamente.

Ou seja, fazendo um bom caixa até maio, com time até melhor do que o atual, teríamos ‘plata’ suficiente para aí sim reforçar o time para o Brasileiro. Dou um exemplo, mas poderia ser algo equivalente (insisto: basta fazer as contas): Muriel; Calegari, Thiago Silva, Matheus Ferraz e Jorge; André (ou Dodi), Paquetá, Diego Souza e Miguel (ou Ganso); Marcos Paulo e Evanilson.

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A meu ver, um time que não faria feio nem mesmo junto aos de 2010 e 2012. Confere? E com um banco muito bom.

Quem sabe, com a torcida motivada e os estádios voltando a encher, daria até para trazer o Fred.

É isso: quem quer, monta time.

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Termino prestando a minha solidariedade às famílias que perderam entes queridos nesses últimos dias. O país vive uma tragédia a cada dia, com as mortes batendo já na casa do milhar.

Não é só triste: é humilhante e inaceitável.

Presto homenagem também ao menino João Pedro e à sua família. E, desde a sua morte brutal, faz dois dias, já outros tantos jovens perderam a vida em ações policiais nas comunidades do Rio.

A polícia carioca enfrenta, sem dúvida, inúmeras dificuldades, é uma profissão de alto risco. Mas ela segue sendo a mão do estado junto à população, e é imperativo que essa mão chegue nas comunidades de outra forma, que não apenas a violenta.

Há anos, décadas, com raros momentos de exceção, essa condição violenta tem sido a forma privilegiada para as ações policiais. Há que mudar isso, sem o que não saímos de 1887…

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Sigo em quarentena. E no aguardo de nova direção para o país.

Fiquem em casa. Saudações tricolores.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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