A tia, o sobrinho, o Flu (por Claudia Barros)

– Tia, o Fluminense é campeão de quê?

– Oh, meu filho, de muitas coisas.

Campeão Carioca vááárias vezes, campeão da Copa do Brasil, campeão brasileiro por quatro vezes, campeão da Taça Guanabara, campeão da Primeira Liga…

– Ele é bom, né?

– Muito, meu filho. É o melhor de todos!

Diálogo estabelecido entre uma tia e seu sobrinho, de sete anos.

Há uma dor nesse diálogo. Há, também, uma tentativa de convencer pela narrativa.

Desde 2012 o Fluminense não conquista um título de responsa. Desde 2013 amargamos vergonhas, frustrações, denúncias, desmandos e contratações equivocadas, para ser educada.

Há quem esteja muito satisfeito ou satisfeita com essa gestão. Eu não estou! Ao contrário, amargo, em vários cenários atuais, uma tristeza profunda com o rumo que as coisas tomaram.

Amargo no dia a dia cidadã perdas, decisões com ranço escravocrata, anacronismo, modus operandi retrógrado, agressivo, vil, insano e desumano.

No Fluminense, ao que parece, não é diferente. Sob a imagem de transparência, os interesses do clube sucumbem a interesses particulares.

E o diálogo com o sobrinho continua.

– Tia, nunca vi o Fluminense jogar.

– Verdade, meu amor. Vamos combinar para ir ao Rio de Janeiro ver o nosso Fluzão jogar

– Fred vai?

– Vai, meu filho. Você quer conhecê-lo?
– Muito!

Nas últimas duas semanas, o assunto ídolo veio à tona entre a torcida tricolor, rendendo várias lives e belas discussões.

Uma parte dos clubes brasileiros não consegue sequer aumentar receita a partir do engajamento dos seus torcedores, quem dera conseguisse aumentar o número de torcedores.

O que faz aumentar uma torcida no esporte e no futebol, em especial?
Desempenhos, formação de base, mídia, campanhas publicitárias, títulos e ídolos. Sim, os ídolos trazem e formam torcida.

Façamos o recorte para o Fluminense.
Salvo os esforços dos familiares na última década, que títulos, que mídia positiva, que ídolos ajudaram a forjar uma nova geração de torcedores tricolores?

E a conversa finda.

– Eu quero muito ver Fred… Tia, vou vestir minha camisa do Flu. A senhora joga um pouco de futebol comigo?

– Sim, minha vida! Também vou vestir minha camisa do Fluzão.

Acorda, Fluminense! Você tem 119 anos! Conclame sua torcida a se engajar, a se associar, a votar! Mantenha-se grande.

E vem aí o Fla x Flu de número 367. Como ganhar esse confronto é normal, aposto num 3 a 1 para o Fluzão, com direito a gol de placa de algum representante da garotada tricolor!