Sobre Fábio e Diniz (por Claudia Barros)

Parte I – A longevidade de Fábio

Fui bastante crítica quando o Fluminense anunciou a contratação do goleiro Fábio. E o fiz por dois motivos: a) tínhamos Marcos Felipe, jogador da base, no clube por longos 10 anos e com bons resultados no currículo; b) Fábio, então com 41 anos, parecia estar com os dias contados.

Cometi etarismo.

O goleiro tricolor não apenas tem sido um dos melhores atletas do time, como acabou de se tornar o mais velho a atuar na Série A do Brasileirão.

Fábio superou o insuperável Zé Roberto e apresenta sinais de que almeja outros patamares na carreira.

Apresentado pelo Fluminense em janeiro de 2022, Fábio foi fundamental na conquista do Carioca daquele ano. Igualmente, sua atuação garantiu o bicampeonato de 2023.

Em seguida, conquistou outro “título” particular. Na Libertadores de 2023, tornou-se o brasileiro com mais jogos no torneio.

Não satisfeito, além de ter sido um colaborador master para o sonhado título da Libertadores de 2023, Fábio se tornou o goleiro mais velho a ganhar a América, aos 43 anos de idade.

Fábio já conseguiu fazer a proeza de, num mesmo jogo, entregar um gol para o adversário ao cruzar a bola, dentro da própria área, na frente do jogador. E depois operar três milagres em três lances difíceis e decisivos para o placar final. Do inferno ao céu, numa mesma noite.

Mas, Fábio conseguiu sobretudo mostrar uma técnica indiscutível e muito bom trato com o Fluminense. Isso me cativa e importa.

Que as conquistas individuais do goleiro sejam transformadas em conquistas coletivas para o clube.

Merece nosso maior respeito. Vida longa!

Parte II – Mesmo embevecida pelas glórias do tricolor, um pouco de crítica e ardileza

Dizem que foi Thomas Edison o maior inventor da história, apesar de haver controvérsias.
Entre os brasileiros, Santos Dumont ostenta o título de maior inventor.

No mundo mágico e fantasioso das histórias em quadrinhos e dos maravilhosos gibis, o maior inventor de todos os tempos é o professor Pardal. Tão conhecido que virou adjetivo.
Tudo isso, claro, é galhofa para falar de Fernando Diniz.

Tenho brincado em várias Lives, em conversas informais e onde mais for possível falar a respeito do título de maior inventor da história. A resposta é quase sempre a mesma: Diniz!

Aparentemente, ele perde para os três inventores da nossa história.

E a galhofa acaba aqui porque, na verdade, não há graça nisso tudo.

As chamadas invenções dinizistas incluem decisões absurdas e o comprometimento de resultados. Prova disso foi o Fluminense estar com a Taça Guanabara sob controle, até que invenções e arremedos custaram caro.

Como afirmou o nosso querido Gonzalez, a nossa melhor dupla de volantes foi realocada para a zaga do time. Claro que estou falando de André e Martinelli. Ou seja, as decisões de Diniz Incluem não usar defensores de ofício nos seus respectivos lugares e ainda comprometer as funções bem executadas pelos jogadores, nos seus locais de origem.

Diniz faz substituições equivocadas e privilegia jogadores, por vezes, inaptos para determinados jogos. Foi o que aconteceu na semifinal do Carioca quando, para enfrentar o Flamengo com seu meio de campo jovem, talentoso e veloz, escalou Ganso e Renato Augusto, ambos jogando na mesma posição, sem poder de marcação e sobrecarregando o já ocupado Martinelli.

O Fluminense, atual campeão da Libertadores, tem carências crônicas. Ao que parece nossas laterais estão bem ocupadas, mas e a nossa zaga?

Está na base a solução?
Histórias sobre jogadores da base não faltam. Jefté emprestado ao poderoso time do Apoel quando tínhamos carência no setor.

Esquerdinha, mais um garoto promissor da base que jamais assumiu protagonismo nos momentos em que nossa lateral padecia.

O inventor das multidões tem muito talento e acerta muito mais do que erra. Foi numa dessas invencionices que deslocou Caio Henrique de volante para lateral esquerda, transformando-o em essencial ao time.

O problema é que as invenções geralmente não funcionam, são inexplicáveis, comprometedoras e não gozam de qualquer transparência.p

Por isso que a gente é crítico e ardil.

O ano está apenas começando!