Sobre a estratégia tricolor (por Paulo Rocha)

Os resultados foram satisfatórios, o desempenho, compreensível. O Fluminense, que pode alcançar a liderança isolada do Campeonato Carioca nesta quinta-feira (com um jogo a menos que o principal concorrente ao título), está fazendo um início de temporada dentro da expectativa de sua torcida. Dando os primeiros passos na caminhada rumo aos seus objetivos.

A estratégia de rodar o time entre titulares e reservas a cada partida se mostra uma escolha acertada de Fernando Diniz. Afinal, parece que temos suplentes confiáveis para executar esse planejamento. Agora, é a vez deste “segundo quadro” encarar o Boavista, no Maracanã. E ninguém espera menos que mais uma vitória tricolor.

É certo que, em breve, alguns componentes deste time alternativo migrem à equipe principal. Três deles seriam os principais candidatos, cada um integrante de um setor específico, defesa, meio-campo e ataque. E o desempenho do trio até agora pode ser analisado de forma distinta.

Jorge não chegou ao ponto ideal. No pouco que pudemos vê-lo em ação, contra o Nova Iguaçu, apesar de ter mostrado categoria no primeiro tempo, caiu muito de ritmo na sequência da partida. Calegari, improvisado na lateral esquerda, está rendendo mais que ele.

No meio, Lima tem exibido melhor desempenho. Entrou em todos os jogos até agora, marcou um golaço na oportunidade em que começou jogando e dá mostras de personalidade – sem falar no entrosamento que vem adquirindo. É versátil, outro ponto positivo. O problema, para ele, é que Martinelli está jogando muita bola.

Já Keno vem pedindo passagem. É questão de tempo Diniz escalá-lo no onze principal. A meta do treinador é conseguir ajustar seu posicionamento ao de Árias. O colombiano, aliás, é o ponto alto deste início de ano tricolor. O mesmo desempenho da última temporada, acima da média. É nosso principal jogador até agora – lembrando que outros, como André, Ganso e Cano, carecem de mais ritmo de jogo.

Além dos três citados, há quem defenda a presença de Guga na equipe principal. Ao menos por enquanto, não sou um deles: Samuel Xavier é um jogador que me agrada muito. Cumpre uma função importante e está num estágio superior atualmente. Acho muito difícil Fernando Diniz tirá-lo agora, e com razão.

Tomara que, contra o Boavista, a equipe alternativa consiga, além dos três pontos, mostrar evolução física, técnica e tática. A torcida tem dado uma força aos jogadores e promete apoiar mais uma vez. O Fluminense tem cumprido, até agora, com a sua obrigação.