Ou, como se diz no popular, “fazer o feijão com arroz”.
Música é composta por melodia, harmonia e ritmo. Melodia nada mais é que a sequência de notas musicais, é o que é cantado, assoviado, soprado, por exemplo. Harmonia é a combinação de um mais sons tocados simultaneamente. Ritmo dita o tempo musical, o estilo de música.
No que refere-se à harmonia, uma música pode ter tê-las muito bem elaboradas, sofisticadas, que exigem muita técnica de quem está executando, ou harmonias simples. Não tem essa de melhor ou pior, uma é mais adequada a determinado estilo musical; outra, a outro estilo musical.
Pois bem, uma sequência harmônica bem simples é o que eu chamo de primeira menor e sétima. Exemplo: se a música está no tom de Lá menor, a harmonia fica sempre alternado entre Lá menor e Sol maior (sol, sétimo grau de lá). Feijãozinho com arroz básico, mas que já produziu sucessos estrondosos, populares, justamente por sua simplicidade.
Pois bem, transportando para o nosso amado Tricolor, a hora no campeonato brasileiro é de primeira menor e sétima. Feijão com arroz. Sem invenções. Este time, mesmo com a diretoria não podendo contratar, não era para estar nesta situação. Não era, ainda mais com o campeonato nivelado por baixo.
Eu já gostei do Abel ter voltado com esquema 4-1-4-1 e ter saído do 4-3-3 (esquema que aliás já o tinha afundado em 2013, quando abandonou o campeão 4-2-3-1 por perda de peças importantes à época).
Voltou também com as experiências de Cavalieri e Gum, para encorpar o time e ajudar a molecada. No Brasileirão, por ora é isso. Fechar a casinha, muita transpiração e simplicidade. Sem invenções. E aí, nas próximas três a quatro rodadas quem sabe estaremos em outro patamar.
Para as quartas da Sul-americana, idem. A pressão está toda em cima do Flamengo, que gastou uma fortuna esse ano e só ganhou um Carioca (sobre o Fluminense e com um gol totalmente ilegítimo). Então fecha a casinha, joga com muita raça para no jogo que tem o mando de campo fazer um gol e não tomar.
A torcida parece que voltou a comprar o barulho do time. Isso é importante demais. A arquibancada foi contaminada demais anteriormente pela política do clube. A diretoria não escolheu não contratar. Foi forçada. Poderia fazer loucuras. Mas optou (com muito risco e acho até de forma exagerada) recuar em investimentos no campo para recuperar o fôlego financeiro. O problema é que tem gente tacando fogo na bomba e claro resultados não vieram.
Mas vamos em frente.
Com simplicidade, primeira menor e sétima, feijão com arroz, muito suor e luta.
Até o Maraca, quarta.
Por ora, um forrozinho em primeira menor e sétima para animar:
E para quem acha que fui “popularesco” demais, o gênio Tom Zé já fez música em primeira menor e sétima, que inclusive tocou na despedida das Olimpíadas do Rio de Janeiro:
Panorama Tricolor
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Imagem: mvc