Será que vem aquele craque…? (por TTP)

Com a temporada se aproximando do fim, a grande expectativa entre os torcedores de todos os clubes é a possibilidade de uma grande contratação para o próximo ano.

Aquele atacante que balançou as redes várias vezes, jogando naquele clube de média ou pequena expressão. Aquele meia criativo que deixou todo mundo de olhos arregalados com aquela assistência ou aquele drible sensacional. Até mesmo aquele zagueiro indigesto que anulou o ataque do seu time de coração, e que você adoraria ver vestindo as suas cores.

Quem sabe até a chegada de algum treinador que fará aquilo que o atual não fez? Afinal, o elenco era bom, e o treinador é quem não sabia ler o jogo e substituir direito, não é mesmo? Nada melhor que um novo comandante para começar o ano sonhando com algum troféu.

Bom, isso ocorre em todo time de futebol, exceto talvez, no Fluminense.

Isso porque o Tricolor das Laranjeiras se acostumou nos últimos anos a trazer pacotes e mais pacotes de jogadores veteranos, que pouco ou nada acrescentaram ao elenco, e que chegaram ao fim da temporada sendo reservas daqueles jovens preteridos no início do ano.

A sensação do torcedor do Fluzão é semelhante a do garotinho que compra um envelope de figurinhas para seu álbum da Copa, mas só encontra as repetidas. Aquele jogador que você tanto deseja para completar o álbum nunca vem. Ou pior: aparece nas mãos daquele garoto mais chato da rua.

No Fluminense, todo fim de temporada tem sido de expectativa de se livrar de um ou outro jogador que, no imaginário coletivo do torcedor, acabou atrapalhando o que seria a temporada ideal. Evidentemente que, nos tempos atuais, esse imaginário coletivo não tem sido tão imaginário assim.

A maioria dos torcedores sonha com a tão esperada chegada daquele garoto rabiscante da base. Ou o risco de ele sair e reaparecer num dos rivais vai ficando cada vez maior. Nem vou citar nomes para não passar nojo. E quando você escuta aquele burburinho de retorno dos tempos do créu, sua úlcera chega a velocidade seis.

Ser torcedor do Fluminense geralmente não é fácil. E toda vez que se abrem as janelas de contratação, dá-lhe dipirona, dorflex e até chá de camomila.

A única certeza que temos é a dúvida. E quando a dúvida é certa, nem mesmo o duvidoso duvida.

São coisas do futebol, principalmente nas Laranjeiras.