Será dessa vez (por Mauro Jácome)

Depois das duas últimas apresentações do Fluminense, a torcida está mais animada. Apesar de os bastidores da política não mostrarem um horizonte animador, o futebol jogado pela turma de Abel tem resgatado a relação entre torcida e time: raça, determinação, disputa pelo “prato de comida”, enfim, espírito de guerreiros na essência.

Observo que o esquema com três zagueiros mais o Richard, formando um losango à frente de Júlio César, tem permitido o lançamento em velocidade dos alas e de Sornoza quando a bola é recuperada. O equatoriano tem jogado com mais liberdade e, como o time recua e atrai o adversário, tem mais espaço para disparar de uma intermediária à outra. Ao chegar no campo adversário, tem as opções de Gilberto, Marcos Junior e Pedro. Em seguida, aparece Jadson. Assim, o sistema defensivo alheio está incompleto e vulnerável.

Obviamente, nem sempre vai dar certo. Outra, as estratégias tendem a “envelhecer” rapidamente. Uma, duas boas vitórias, algum destaque na mídia, e os rivais olham com mais curiosidade a forma de jogar. Com os recursos tecnológicos, todo mundo vê todo mundo. Da mesma forma que a CT tricolor estudou o Atlético Paranaense, por exemplo, Chapecoense, Grêmio, Paraná também estão preparando os vídeos do Fluminense.

Aí entra a criatividade do técnico. É preciso ter variações quando o outro cria o antídoto. Se não conseguir impor velocidade na transição, a posse de bola, a paciência, a intensa movimentação, têm que ser treinadas. Tem sido prática de alguns times pressionar a saída de bola do adversário, a boa e velha pressão, e percebe-se que a falta de treino dessa situação de jogo leva ao chutão, à tentativa da ligação direta. Tudo que o outro time quer: a posse de bola e com vários jogadores já no campo de ataque.

Sábado tem a Chapecoense. Pedra no sapato dos diabos. O grupo tem que entrar concentrado e ciente do quanto uma vitória representará para a reticente, desconfiada, sofrida torcida. Ela está muito incomodada com esse tabu contra o time catarinense. Não é um jogo comum. É a Chapecoense. Mais uma vez: Chapecoense. Aquela que sempre arranja um jeito de impedir uma vitória tricolor.

Mesmo com o elenco curto, dá para fazer uma campanha diferente daquela que se previa no início do ano. No entanto, muitas coisas precisam melhorar fora de campo e, principalmente, não atrasarem os salários. Esse é o pior dos adversários e a história é prova disso.

Panorama Tricolor

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#JuntosPeloFlu

Imagem: jam