Sem desespero, amigos (por Felipe Fleury)

Depois de maus jogos contra Flamengo e Botafogo, há motivos para desespero?

Vamos por partes. Contra o Flamengo, pela primeira partida da Copa do Brasil, o empate, apesar do jogo ruim, acabou sendo um bom resultado para o Fluminense, que jogou quase todo o segundo tempo com um a menos.

E o jogo foi ruim porque o Fluminense, na primeira parte, sucumbiu à forte marcação feita pelo adversário, que abusou das faltas com a conivência do soprador de apito.

Não acho válido o argumento de que os técnicos estão conhecendo o Dinizismo, porque o Flu já joga assim, nessa nova fase de Diniz, desde o ano passado, e terminamos em alta o campeonato brasileiro.

Contra o Botafogo, por outro lado, aí sim jogamos muito mal. Uma das piores partidas do Flu no ano, com apenas 3 finalizações à meta adversária. Muito toque improdutivo para os lados, domínio inócuo e pouca ofensividade.

Também não acho que tenha a ver com o conhecimento do esquema de Diniz. Tem, mas não é um fator preponderante.

O Fluminense já sofreu marcação alta em diversas outras oportunidades, e é justamente essa forma de jogar que mais favorece a estratégia Dinizista, pois ao quebrar a marcação encontra campo livre pela frente.

Então o que aconteceu? Em primeiro lugar, penso que o Flu passa por um momento de instabilidade, comum entre os times que disputam um campeonato longo, e mais comum ainda entre aqueles que disputam três competições simultâneas.

Em segundo lugar, perdemos um jogador essencial no meio de campo, Alexander, sem substituto à altura no plantel. Já havíamos perdido Keno e, contra o Botafogo, também ficamos sem Marcelo. Ou seja, o elenco é escasso. Sem dois ou três titulares, dependendo da posição, a equipe decai muito em qualidade.

Em terceiro lugar, a badalação exagerada não faz bem ao Tricolor. O Fluminense combina com a humildade e, embora nenhuma soberba tenha sido demonstrada de dentro para fora, de fora para dentro isso pode ter contaminado o espírito da equipe. Não digo apenas o que vem da torcida, nas redes sociais, mas da imprensa também. É necessário trabalhar esse sentimento, inoculado, talvez, em alguns jogadores.

Vejam que, ainda assim, empatamos com o Flamengo com um jogador a menos e perdemos para um Botafogo que achou um gol “chorado”, em jogada que se iniciou em falta sobre Nino. Logo depois, deixamos de empatar em chance clara de Lelê.

Não há, portanto, motivo para desespero, mas é preciso reforçar a equipe na janela de meio de ano e cuidar do psicológico do time. Já ficou claro que o Fluminense funciona muito bem completo, mas não temos substitutos para os principais jogadores do time. E a história já mostrou que as sandálias da humildade sempre nos auxiliaram nas conquistas dos títulos.

Devemos prosseguir, confiar em Diniz e esperar que, com o retorno dos afastados, reforçada a equipe e com a cabeça no lugar, possamos manter acesa a chama da esperança na conquista de mais títulos este ano.