Sapatada, ô pá! (por Paulo-Roberto Andel)

alemanha 4 0 portugal reuters

Essa tem sido positivamente a Copa das surpresas. Não somente pelos jogos de ótimo nível, mas também pelas goleadas retumbantes em clássicos mundiais, ambos na Bahia de todos os santos, mais precisamente na Fonte Nova. Primeiro foi a Holanda trucidando a Espanha no grupo B, agora foi a Alemanha que atropelou Portugal pelo grupo G e ninguém viu a placa do caminhão. No fim, 4 x 0 foi até pouco.

Justiça seja feita, foram os portugueses que perderam a primeira chance da partida com Cristiano Ronaldo chutando em cima de Neuer. Quem não faz, leva: Alemanha 1 x 0, pênalti cobrado por Thomas Muller aos 10 minutos. Depois, um jogo bastante corrido, mas sem muitas finalizações. Então vieram os lances que decidiram o jogo: primeiro, o segundo gol alemão, cabeçada de Hummels complementando a cobrança de escanteio; depois, a bobagem de Pepe, brasileiro português, açougueiro de primeira, metendo a mão na cara do alemão, dando cabeçada e sendo merecidamente expulso. Dois de diferença, um a mais em campo, o primeiro terminou com os demolidores 3 x 0, Muller de novo. Favas contadas: a Alemanha não é a Coreia e Cristiano Ronaldo não é Eusébio.

A etapa final contou com a Alemanha jogando tranquila, tocando a bola, sem forçar tanto; Portugal, já sem forças e tendo perdido Coentrão por contusão (Hugo Almeida já tinha saído no primeiro tempo), pouco tinha a oferecer. Mesmo sem insistir, os alemães perderam dois gols feitos e ainda chegaram ao 4 x 0 com Muller, sempre ele, aproveitando o rebote do goleiro Rui Patrício. No apagar das luzes, um constrangido Cristiano Ronaldo voltou a aparecer: cobrou uma falta perigosa e exigiu uma boa defesa de Neuer. Mas foi muito pouco: a Alemanha predominou o tempo todo e só não chegou a um placar histórico porque puxou o freio de mão. Os patrícios que me perdoem, mas foi de doer. Nocaute. Muller, o cracão da partida, sorriu de orelha a orelha.

Tranquila, a Alemanha encara Gana em Fortaleza. Portugal tem uma batalha de vida ou morte contra os EUA no forte calor da Arena Amazônia. Os próximos capítulos prometem.

Panorama Tricolor

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