Relembrando Stanislaw Ponte Preta (por Manoel Stone)

Vou citar um famoso samba da história musical brasileira e não existe nenhum viés racista ou depreciativo à população preta. Vou usar apenas por que essa expressão, composta pelo nome e letra do samba cuja melhor versão é a dos Demônios da Garoa, e que traduz com muitos pontos de coincidência com a prática atualmente usada pelo Fluminense FC e sua desconcertante política de contratações na formação do elenco de 2023. É o “Samba do Crioulo Doido”, composição de Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo do jornalista, escritor e compositor tricolor Sérgio Pôrto) e que dentre outros fez sucesso com o Grupo musical citado acima.

No princípio (2022), a grana tava tão curta que tiveram que vender por um punhado de papel de bala tanto o Luiz Henrique quanto o Matheus Martins. De repente, tem grana pra contratar uma pá de jogadores que, não por coincidência, ainda estão por mostrar a que vieram e não há certeza que mostrarão. E não para. Será que o Reizinho encontrou um pote de ouro no fim do Arco Íris? Que confusão é essa? Tem ou não tem grana no caixa? Tinha ou não tinha grana no ano passado? Dinheiro não nasce em árvores e fica difícil entender a “multiplicação dos pães” nos caraminguás da venda dos garotos tricolores, e potencializou a gastança deste ano. Será milagre ou será loucura, isso para não pensar que tudo era uma grande mentira ou que, na pior das hipóteses, aconteceram as condições propícias à efervescência dos famosos e indesejados jabaculês.

O elenco que está sendo montado não leva em consideração a real necessidade do time. Quando temos falta de zagueiros, vêm meias; temos falta de laterais e pontas e vêm mais meias. Sem mencionar que, até pouco tempo atrás, estávamos “queimando” garotos da base para pagar os medalhões inoperantes que temos pendurados ao elenco, e que há pouco tempo eram o target das contratações. Por essa conduta, temos um elenco recheado de meias, em sua maioria apostas, alguns até meia boca, cuja competência e desempenho já contávamos na base, se bem que esses nem são considerados, seja pela direção com por bem significativa parte da torcida. E o curioso é que estamos esquecendo os garotos de Xerém, e agora está adotando os “garotos da Vila”, será que até nisso tem jabaculê?

Temos jogadores da base em desprestígio, alguns até vítima de campanha depreciativa e transformados em “ovelhas negras” com a forte ação dos comunicadores da gestão, e está cheio por aí de canais que mais cuidam dos interesses da gestão do que mesmo os do clube. Todos sabemos quem são esses agentes das sombras que, por motivos que não nos compete discutir, os levam a agir contra os interesses tricolores, construir e divulgar as narrativas da gestão. Pena que interesses não identificados estejam por detrás desses comportamentos deletérios ao andamento adequado ao que o Fluminense precisa.

Quem tentar entender com alguma racionalidade o roteiro de ações que o Flu vem trilhando, com certeza terá muitas dores de cabeça e não entenderá nada, pois as incoerências prevalecem no reino do Reizinho.

Por essas e por muitas outras inconsistências, inverdades, ações incoerentes onde uma nega a outra, onde um movimento é antagônico ao anterior e totalmente fora da realidade, me veio à mente a bela página da música brasileira citada no início desse escrito. Mas vamos em frente, nossa doença é torcer pelo Fluminense e não estaremos livres disso enquanto existir um chispa de vida no nosso corpo.

E viva o Tricolor!