Reflexões olímpicas (por Gustavo Reguffe)

Findos os primeiros dias de competição nos Jogos Olímpicos de Londres, já se pode contabilizar inúmeras histórias pessoais e coletivas de sucesso e fracasso; momentos de euforia contagiante, assim como de profunda decepção. Em sua maioria, são histórias de atletas que se dedicaram por quatro anos em prol de um objetivo maior. Na esteira desses momentos, invariavelmente nos perguntamos sobre o caminho trilhado por cada um até chegar ali. Afinal, o que leva ao sucesso? O importante é mesmo competir?Obviamente, são vários os fatores por trás de uma carreira esportiva bem-sucedida: disciplina, uma rígida preparação física, boa base emocional, muito treinamento e, o que no final provavelmente vai fazer a diferença, uma boa dose de talento. Mesmo assim, muitas vezes os objetivos não são atingidos e aí é importante saber lidar também com as derrotas.

Certamente a máxima segundo a qual “o importante é competir” tem seu valor, na medida em que enaltece a prática de esportes, mas ninguém entra numa competição para perder; ou ao menos, não deveria. As derrotas, porém, fazem parte do jogo e servem para que os erros de planejamento sejam corrigidos para que, numa próxima vez, se tenha a certeza de que o atleta ou a equipe deram o melhor de si, qualquer que seja o resultado. Em outras palavras, as derrotas deveriam proporcionar uma evolução no desempenho.

Essa “lição olímpica” parece ter sido assimilada pelo Fluminense entre o jogo do Grêmio e o do Atlético-MG. A escalação equivocada e a falta de agressividade do time no primeiro jogo deram lugar a uma equipe renovada e vibrante no último. O ímpeto e a garra da equipe mostrados contra o Atlético-MG estão muito mais próximos da tradição do Flu do que a apatia demonstrada em outros jogos.

Que essa derrota tenha servido para colocar o time no caminho certo; se conseguirmos repetir o padrão do último jogo, não tenho dúvidas de que chegaremos. E que, se eventualmente acontecer de novo, tenhamos certeza de que demos nosso melhor. Bola pra frente.

Nota: Já que comecei falando em Jogos Olímpicos, impossível não mencionar a Taça Olímpica, título concedido ao Fluminense pelos valiosos serviços prestados ao esporte. O Flu, aliás, é o único clube de futebol no mundo a possuir tal honraria.

Gustavo Reguffe

Panorama Tricolor/ FluNews