Qual o limite da incompetência? (por Marcelo Vivone)

INCOMPETENCIA

Acabou o resto de paciência que ainda sobrevivia em mim com Peter e seu staff de futebol.

Sinceramente, eu acredito que existe planejamento no futebol do clube. Planejamento para sacanear e humilhar o máximo possível o torcedor Tricolor. Não encontro outra explicação para tantas e sucessivas cagadas. Eles só podem estar de sacanagem conosco.

Queria muito voltar no tempo até a vitória sobre o Palmeiras que nos deu o tetracampeonato em 2012 e poder mudar o rumo dos acontecimentos. De lá para cá o torcedor Tricolor tem sido regularmente vilipendiado. Rebaixamento e derrotas humilhantes com elencos milionários, escolhas erradas de treinadores e jogadores fazem parte da cartilha.

Ontem fomos surpreendidos pela mais recente (que certamente não será a última) prova de quem está comandando o nosso futebol não sabe nada do assunto. Caiu o segundo técnico no ano. Lembrando que estamos somente no mês de maio.

Importante frisar que era praticamente unanimidade entre a sofrida torcida Tricolor que os dois técnicos não deveriam ser contratados pelo clube no ano de 2015. Mas, nossa diretoria e, talvez, Peter (digo talvez porque o que se diz dele é que ele pouco aparece no clube), já demonstraram em vários momentos que cagam solenemente para a opinião da torcida.

Falando sobre as duas escolhas de treinadores do ano, era consenso entre nós torcedores que Cristóvão não tivesse seu contrato renovado em 2015. Já o anúncio do segundo, há menos de dois meses, foi mais ou menos como um tapa na nossa cara. Ambas as escolhas foram claramente empurradas goela abaixo da torcida.

Demitir o Drubscky com um dia, uma semana ou um mês do cargo não representa erro. A grande cagada foi achar em algum momento que ele daria certo. Lembro que meu irmão profetizou no dia do anúncio de seu nome que ele cairia na quinta rodada do Brasileiro. Tolinho meu irmão, não? Ele caiu na segunda. Isso só prova que somente na cabeça desse pessoal, que hoje brinca à frente do nosso futebol, um nome como o de Drubscky poderia dar certo num clube da grandeza do Fluminense.

Nessa brincadeira de errar nas escolhas do nome para treinador, perdemos cinco meses do ano, um Campeonato Carioca, uma pré-temporada e uma intertemporada.

Ninguém da torcida sabe o que pode vir por aí. Qual o próximo nome que as mentes brilhantes que comandam nosso futebol vão tirar da cartola. Depois da escolha bizarra, inesperada e inexplicável de Drubscky, acho que qualquer escolha que esses malucos fizerem não mais me causará espanto. Espero (só espero) que eles não sejam capazes de me surpreender, já que o nível máximo de incompetência de escolha agora é bem baixo.

Pensando no novo nome, agradeço muito que o péssimo Celso Roth esteja empregado e tenho muito receio de ver Joel Santana no mercado e doido para voltar a trabalhar. Outro alívio é saber que o presidente não gosta do Renato Gaúcho.

Os nomes até aqui citados são de Ney Franco, que é um sonho antigo da diretoria, Argel Fucks e Enderson Moreira. Ney não tem tido sucesso há tempos nos últimos clubes que passou. Argel tem o mesmo perfil de nunca ter treinado um clube grande, como era o caso de Drubscky. E Enderson creio que não tem experiência para pegar a pedreira que espera quem chegar ao clube. Portanto, acho que se um dos três for o escolhido, teremos tempo para pelo menos mais uma troca de técnico ainda esse ano.

Independente de quem vá ser o próximo escolhido, volto a repetir o que já escrevi aqui no Panorama algumas centenas de vezes, inclusive no momento em que estava sendo escolhido o substituto do Cristóvão: não adianta contratar o treinador que for se a mentalidade (da falta) de treinamento do clube não mudar. Desde a época do Abel eu já reclamo disso.

Seja o treinador A, B ou C, como esperar que o time tenha um rendimento bom contra o Corinthians, depois do vexame de domingo ser premiado com folga na segunda e apresentação somente às 15 horas da terça-feira e ainda assim para regeneração? Em qualquer ambiente em que os comandantes tivessem um mínimo de vergonha na cara, comissão técnica e jogadores seriam comunicados ainda no vestiário pós-jogo que todos deveriam comparecer nas Laranjeiras já na segunda-feira, de preferência de manhã para uma longa semana de treinamentos.

Mas, no reino encantado das Laranjeiras, parece que nada aconteceu e os jogadores somente aparecem no clube às 15 horas da terça seguinte. Isso me revolta muito, mas não me espanta, pois aconteceu o mesmo quando perdemos de forma ridícula para o Vasco no Campeonato Carioca, ou quando perdemos de 5 x 2 em pleno Maracanã e fomos eliminados da Copa do Brasil pelo forte América de Natal, ou em várias outras vergonhas às quais essa diretoria parece que tem feito questão de nos sujeitar.

Se pelo menos Drubscky tivesse sido demitido para contratar o Cuca, que acaba de sair da China, eu teria esperança de um futuro “menos pior”. Mas eu já sei que o discurso para não contratá-lo será o de sempre: não há dinheiro.

A coisa está muito feia. Eu só quero chegar aos 46 pontos.

NOTA: Horas depois da publicação desta coluna, foi confirmado o nome de Enderson Moreira como novo treinador do Fluminense.

Panorama Tricolor

@Panoramatri @Mvivone

Imagem: www.jornaldototonho.com.br

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