Quais são as possibilidades do Fluminense na temporada? (por Marcelo Savioli)

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Amigos, amigas, os resultados mudam, a análise continua a mesma. É claro que a gente precisa ir fazendo pequenos ajustes.

O que não mudou é que o Fluminense continua tendo um dos melhores times do Brasil, seja pelo modelo de jogo, seja pelo desempenho coletivo, seja, enfim, pelas individualidades.

O futebol de Paulo Henrique Ganso continua crescendo a cada jogo. Pedro começa a recuperar sua forma infernal e Yony anda fazendo a diferença.

Falando em individualidades, nossa dupla de zaga pode não ser das melhores, mas é correta. O sistema defensivo vai ganhando consistência na medida em que o time titular vai se consolidando e as peças se adequando ao modelo.

Nosso triângulo mágico continua sendo nosso ponto forte. Um dos melhores meios de campo do Brasil, sem dúvida. Nossos laterais, com Julião se firmando como titular, dão um bom nível à equipe. Marcos Paulo finalmente caiu como uma luva, fazendo com que o Fluminense recupere a intensidade e a verticalidade ofensiva perdidas com a saída de Luciano.

Mascarenhas está voltando de lesão, dando uma preciosa alternativa a Diniz caso precise mudar Caio Henrique para o meio. Nosso elenco ganhou força com as chegadas de Nenê e Wellington Nem. Tudo caminha para que o Fluminense já seja uma das agendas mais temidas do futebol brasileiro.

Quatro jogos, três vitórias e uma derrota, esta última construída em lances fortuitos. Quer dizer que não vamos mais oscilar? Não sei, mas hoje temos uma condição que me permite acreditar que, caso as oscilações venham, serão em menor intensidade do que ocorreu ao longo da temporada até o presente momento, o que é muito bom.

O time do Fluminense não é limitado, muito pelo contrário. Não é limitado um time que dá dois passeios em cima do Peñarol. Não é limitado um time que é superior ao adversário na maioria dos jogos.

Da mesma forma, eu me recuso a analisar resultados. O resultado é um indicador importante de performance, mas não o único. Analisados isoladamente, os resultados podem induzir a erros graves. Caso o Fluminense não obtivesse os últimos resultados, mesmo jogando como jogou, teríamos um ruidoso coro de “fora Diniz”.

É preciso avaliar a forma como o time joga, a evolução do trabalho e do elenco. Se posso apontar razões para os bons resultados recentes, coloco na conta das boas descobertas de Diniz, que achou um time titular, com Julião na lateral direita e Marcos Paulo na ligação entre o meio e o ataque. Daqui para frente, é só acertar as peças de reposição, que é para mantermos o nível das apresentações.

Primeiro tempo de razoável para bom contra o Inter. Segundo tempo muito melhor, no melhor nível de exibição do Fluminense. O placar de 2 a 1 foi mentiroso. Um 3 a 0 para o Fluminense contaria melhor a história do jogo.

Mas futebol é assim. O Flamengo jogou de igual para igual com o Bahia, criou oportunidades de gol, jogou praticamente sozinho durante os primeiros 20 minutos e o 3 a 0 que levou na Fonte Nova, ainda que injusto, acabou saindo barato no final.

A luta do Fluminense não é contra o rebaixamento. Não foi em momento algum. Podemos perder para o Atlético no sábado e voltar para o Z-4, o que não muda nada. É a única certeza que eu tenho. Sobre onde iremos chegar na temporada, não sei.

Na Sul-Americana, temos o Corinthians pela frente, que foi o time que mais evoluiu, como eu já previra aqui, na parada para a Copa América. A razão é que o Corinthians tem um excelente treinador, assim como nós. Difícil arriscar um vencedor.

Temos condições de chegar ao título? Sim, temos muita, porque temos um dos melhores times do continente. Isso é um fato. Quanto ao Brasileiro, temos que estabelecer metas de curto prazo enquanto ainda precisamos ter uma leitura melhor das possibilidades do Fluminense. A primeira meta, no meu entendimento, deve ser buscar, ao final do primeiro turno, a primeira página da classificação. Estaremos, então, dentro do mínimo que o atual Fluminense pode fazer. A partir de então, é fazer um novo estudo e traçar novas metas.

Amigas, amigos, é o que temos por ora. Ainda precisamos de um zagueiro, já que o surpreendente retorno de Mascarenhas tira o peso da carência na lateral esquerda. De resto, é só deixar o Diniz trabalhar e esperar.

Eu entendo a angústia da torcida quando o Fluminense chega à 12ª rodada do Campeonato Brasileiro no Z-4. Chegar ao final da temporada lutando contra o rebaixamento passa muito longe do que significa o Fluminense para o futebol brasileiro e mundial. Estamos nessa toada há quatro temporadas. Justifica-se o medo do torcedor.

A nós, a quem cabe analisar, não é permitido, no entanto, usar como parâmetro qualquer coisa que não seja a razão, mesmo sendo, também, torcedores. É por isso que eu sempre prefiro, mesmo quando a torcida é apaixonada, a análise fria, com base em parâmetros claros.

Em dez anos nessa atividade, eu reconheço que os parâmetros precisam ser sistematicamente ajustados, mas é preciso que eles existam e sejam honestos, mudando frente às necessidades e não às conveniências. É assim com treinador, com jogadores e com a gestão do clube.

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Um brinde ao 67o aniversário da nossa maior conquista internacional, o Mundial de Clubes de 1952.

Saudações Tricolores!

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