Sob protesto, o Fluminense volta a campo (por Aloísio Senra)

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Tricolores de sangue grená, após um inconcebível número de dias, voltaremos a falar de futebol, querendo ou não. Pois é. Sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, a volta se consumaria, embora o que estamos vendo acontecer seja completamente forçado e desnecessário. Ainda estamos em plena pandemia, sem previsão de achatamento de curva ou sequer de pico, com o isolamento cada vez mais flexibilizado e banalizado. Aparentemente, ainda não morreu gente o suficiente para o restante se tocar que pode ser a bola da vez quando menos esperar. E sim, mais uma vez a classe média e a classe pobre que se acham elite estão indo na onda da verdadeira elite, que tem índice de mortalidade baixíssimo. Sabemos como isso terminará, infelizmente. Não obstante, o nosso amado Fluminense, razão maior de blogs como o PANORAMA existirem, voltará aos campos, após ter gritado no vazio praticamente sozinho contra a absurda decisão que se viu obrigado a cumprir.

E não sejamos tolos. Defender que o clube continuasse, sozinho, a manter a posição de não jogar, é tolice. Ninguém mais pagaria essa conta, só nós. Se pelo menos a CBF tivesse peitado a FFERJ, teríamos alguma segurança. Mas não. Nem CBF, nem STJD, ninguém. Todos nos largaram sozinhos defendendo o que era correto. Não faz sentido só nós continuarmos falando o óbvio e, no fim, sermos os únicos penalizados e estigmatizados. Fomos até onde deu, e não adianta falar que temos a exaltação popular e o apoio do povo. Supondo que toda a nossa torcida apoiasse (o que não é verdade), teríamos menos de 5% da população brasileira realmente chegando junto. Exaltação não paga as contas que o clube tem, e ninguém alivia porra nenhuma pra gente. É a Globo de um lado ameaçando não pagar a cota do Carioca, é gente de outro lado entrando com ação na justiça adoidado e denunciando o clube na FIFA… essa é a realidade. Seríamos eliminados por W.O., rebaixados no Carioca, correríamos o risco de não poder jogar nem a Série A do Brasileiro por conta disso, e ninguém, absolutamente ninguém, moveria uma palha sequer para evitar que essa situação se consumasse. O Flu ia ficar brigando o resto do ano nos tribunais, tendo que pagar a folha salarial dos jogadores e dos funcionários tirando dinheiro sabe-se-lá de onde.

O presidente já deixou claro que jogaremos sob protesto. Está muito claro que estamos sendo obrigados a esta situação. O Fluminense sempre foi contrário à volta do futebol, expressou isso diversas vezes, tentou conscientizar os demais clubes, tentou acordos, fez o possível. As arbitrariedades de quem manda continuaram, e quem poderia se mter com poder de veto de fato não o fez. Segue o baile. Há contratos a serem honrados, e não podemos ser os buchas da situação. Não escrevo feliz essa coluna. Falar sobre futebol deveria ser nossa última prioridade, mas é necessário fazer a defesa institucional aqui antes de qualquer coisa. Ninguém vai vir bater no meu clube se achando dono da razão. Dito isso, a verdade é que o jogo desse domingo tem a mesma relevância que os jogos restantes do campeonato: nenhuma. Só que tem um porém. Estão fazendo o possível e o impossível pro maldito ex-queridinho da Globo levantar esse caneco nefasto. Parte de mim deseja que esse arremedo de competição acabe logo, não importando muito quem seja o campeão, mas não vou torcer contra o Flu nunca. Vamos pra cima.

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O jogo é contra o Volta Redonda, e uma vitória nossa praticamente nos assegura nas semifinais da Taça Rio, já que estamos cinco pontos à frente do terceiro colocado, que é o nosso adversário. Mas, melhor que isso, impede que a mulambada leve o Carioca por antecipação, pois manteremos a liderança. É difícil falar sobre a forma dos jogadores ou qual a melhor escalação depois de tanto tempo de inatividade. Aliás, podemos esperar um futebol de baixíssima qualidade nos gramados em geral. Mas, se a lógica se mantiver, devemos ter Muriel, Gilberto, Matheus Ferraz, Nino e Egídio; Hudson, Yago, Ganso; Marcos Paulo, Evanílson e Fred, que acredito ter condições de jogo. Nenê, como sabemos, contraiu o vírus e está afastado, apesar de assintomático. Vamos esperar que, pelo menos, tenham o bom senso de liberar o Engenhão para a partida, para que não tenhamos que jogar no Maracanã. O respeito às vidas que estão sendo ameaçadas pela pandemia tem que prevalecer. Triste dia em que, pela primeira vez em sua história, o Fluminense jogará por pura obrigação. Não deveria ser assim.

Curtas:

– Não falei sobre o retorno do Fred ainda, mas acredito que não haja muito mais a ser falado. Está seguindo a cartilha dos grandes ídolos à risca, e todo o seu processo de retorno foi muito bem pensado, engendrado e executado. Espero que esteja maduro e entenda que não será titular o tempo todo em todos os jogos, e tenha realmente vindo pra somar, ajudar e se despedir dos gramados em grande estilo, entrando cada vez mais para a história do clube e galgando um pouco mais o pódio dos grandes artilheiros da história.

– Henrique se foi, e deu uma aliviada no caixa, já que ter Fred, querendo ou não, é uma despesa a mais. Foi uma boa troca. Abriu espaço para a subida do Martinelli, por exemplo. É hora de apostar mais na base.

– Temos que vender o Marcos Paulo, mas querem pagar por ele uma merreca. O jogador, quando foi abordado para renovar com o Flu, não quis. O que fazer numa situação dessas? É complicado. O Fluminense tem tentado ser exemplar nessa situação da pandemia. Não demitiu ninguém, está fazendo o possível para manter o mínimo de atrasos salariais… mas sem a compreensão de jogadores que são ativos do clube, fica difícil.

– Na quarta tem o Macaé, lá em Bacaxá, fechando a Taça Rio. Não há muito o que falar, além de vitória, vitória, vitória… como diria o Diniz. Serão seis pontos e 100% de aproveitamento, não tenho dúvida.

– Palpite para a partida: Fluminense 2 x 0 Volta Redonda; Macaé 0 x 3 Fluminense.

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Panorama Tricolor

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