Priorizar jovens jogadores é burrice? (por Manoel Stone)

Estava pensando e cheguei a uma dúvida (ou suspeita): os clubes europeus são muito burros ou serão os do resto do mundo, especialmente os brasileiros?

Senão vejamos: os europeus levam todos os jovens promissores para seus clubes e vamos que eles os usam, e conseguem ter um futebol praticamente imbatível contra os times do resto do mundo, enquanto nós montamos nosso times com a sucata de nossso jogadores depois que todo o suco tenha sido espremido até a última gota pelos clubes europeus.

É a tal repatriação, onde estão inclusos os jovens que ficaram velhos, e os que não performaram na nível que os europeus queriam. Daí vem a questão da burrice, serão mesmo burros os clubes europeus que têm seus elencos recheados de jovens de todas as partes do mundo, ou nós que, assim que conseguimos vender um jovem promissor por qualquer caraminguá, usamos a grana obtida com isso e trazemos de volta, todo o “scrap” dos jovens que vendemos há 10/15 anos em verdadeiras “queimas” anos atrás?

Será por isso que não os vencemos mais?

Será por não ter jogadores com força, velocidade, agilidade e estarem “viciados” nos sistemas europeus de jogar futebol, não conseguimos mais em nossas seleções colocar no campo times que surpreendam os adversários estrangeiros?

Do tal do jogo tático, que em grande parte reprime o improviso e da técnica/habilidade que deixavam os gringos malucos, agora temos apenas jogadores onde a inicial técnica do futebol brasileiro foi reprimida pelos sistemas tácticos, pela maneira de jogar ou o nome que se queira dar ao modo como os europeus jogam, que com seus times quase totalmente formado por jovens jogadores, e com isso conseguem ter um recomposição velocíssima, seja ao se defender ou atacar. Em pouquíssimo tempo o time está todo no ataque ou todo na defesa, enquanto os nossos, seja pela muita idade dos elencos, seja pela capacitação física sem a força do sangue novo e da explosão muscular característica da juventude, a mobilidade que comparados aos clubes de outros continentes parecem ser uma disputa entre Usain Bolt e o Zé das Couves, e logo em segundos estamos ou com nossas tentativas de ataque anuladas ou somos invariavelmente pegos de “calças curtas” ao tentarmos nos defender. E assim nossa eficácia em um jogo contra eles não tem a menor chance.

Vou ficar com o Fluminense, o clube que me interessa. E já vamos nós vendo saírem Nino, quase certo André, possivelmente Jhon Árias, talvez Martinelli, ainda se fala em John Kennedy e Alexsander, pronto. Aí saíram todos os novos e sobram só os cacos de outrora bons jogadores, mas que hoje mal suportam algumas dezenas de minutos em campo, e com desempenho proporcional ao que a idade de cada um permite. E essa é uma política da direção do clube, isso já está bem claro, clube cheio de “medalhões” e a direção fica feliz.

Enquanto isso, nosso treinador prefere perder tempo em “recuperar velharada”, que em sua grande maioria nem jogou lá isso tudo em sua juventude, em vez de trabalhar, melhorar e colocar para jogar jovens valores da casa. Temos vários deles “escondidos” por aí, em clubes pequenos, em clubes europeus (em condições contratuais leoninas), ou mesmo jogados lá pelos cantos do CT sem um técnico competente que os possa trabalhar e os colocar em condições de serem aproveitados.

Não me digam que o que estou dizendo aqui não é verdade, pois exemplos não faltam. Mas o clube segue contratando jogadores entrados em anos, e cuja contribuição será pequena e decrescente, pois o relógio não para seu tic-tac e a cada um deles a condição de jogar futebol de um medalhão mais se aproxima do fim.

Agora respondam: quem está certo? Os Clubes europeus ou nossa Diretoria/Técnico?

Ah, não se deixem influenciar, pois está coalhado de canais e instagrams que apoiam tudo que a direção quiser. São os famosos folhas de coqueiros (by Jorand), que se dobram ao sabor dos ventos vindos de Laranjeiras, e servem caninamente seus senhores, enquanto os reais interesses do Fluminense que se explodam.

Afinal, a burrice está onde?