Prato cheio (por Mauro Jácome)

235 - 22022015 - Prato cheio

Alguns podem me chamar de louco, de cego, de burro. Sem problemas. No entanto, gostei do jogo contra o Volta Redonda. Não da atuação, não do resultado, mas do desempenho ruim. Foi o momento ideal. Os problemas pipocaram e ficaram à mostra para todos verem.

Falar que a zaga é fraca, que bate cabeça, que é lenta, que se posiciona mal, não acrescenta nada, mas sim, a zaga é fraca, bate cabeça, é lenta e se posiciona mal. Pior, se não se pensarem numa forma de corrigir, o Fluminense vai bater cabeça durante toda a temporada. É quase unanimidade que a dupla ideal é Gum e Marlon, mas, em muitos casos, nem sempre vão atuar juntos. Ainda, independentemente disso, deve-se pensar no sistema defensivo como um todo e não somente em nomes.

Percebe-se que, quando o time avança, o sistema de contenção aos contra-ataques adversários é frágil ou inexiste. Principalmente, quando o Edson também vai à frente. Ao contrário de alguns anos atrás, quem faz a cobertura dos laterais é o zagueiro, não mais o volante. Esse entra na posição do zagueiro que se deslocou para a cobertura. É mais rápida essa forma, além de desgastar menos. O Edson sabe fazer isso bem, no entanto, se não tiver ali para se encaixar… Contra o Volta Redonda, foi assim. O jogador Hugo se posicionava do lado do Wellington Silva e, quando o Voltaço recuperava a bola, avançava pela esquerda, atraía o João Felipe, o Edson não cobria o miolo da zaga e o Henrique, manquitolando, tentava chegar. Tragédia total. Um, dois gols. E se houvesse mais tempo, o placar, certamente, seria ampliado.

Por outro lado, não se pode abrir mão da agilidade do Edson dentro da área de ataque, principalmente, nas bolas aéreas, então, quem tem que fazer esse papel é o Jean. Só que o meia também avança para se posicionar para o rebote. Ou um ou outro, senão…

No entanto, não é só devido à zaga que o time de Cristóvão pode ruir. O meio-campo mostra instabilidades. Além da composição no sistema defensivo, há a criação. Robert, Vinícius, Marlone e Wagner revezaram-se. O último, quando ficar livre dessa lenga-lenga de renovação e se continuar, deve seguir como titular. Cai bem pelo lado esquerdo. Marlone fez essa função na ausência de Wagner. Começou bem nos primeiros jogos, mas foi mal no meio de semana. Robert ainda é muito novo para ser alçado à condição de titular absoluto. Mais importante do que nomes é a movimentação, principalmente, porque Fred joga fixo e é preciso retirar dele a marcação adversária.

Enfim, se os revezes vão servir para se tirar lições, como disse o Fred, eu não sei, mas quarta-feira foi um prato cheio para tal.

Quem é quem

Na coluna passada, fiz a minha avaliação sobre o elenco do Fluminense. Além de mostrar preocupações sobre a zaga, ao falar de João Filipe coloquei:

“… é conhecido dos tempos de São Paulo e outros clubes. Nunca me agradou.”.

Gênio? Vidente? Claro que não. Isso é o óbvio. Que cara ruim. Essa contratação foi uma tremenda bola fora.

Panorama Tricolor

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Imagem: notactico.blogspot.com.br

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