Por que o projeto “Laranjeiras” tem que ser prioridade (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, as razões pelas quais o projeto de restauração do estádio das Laranjeiras tem que ser prioridade para o Fluminense são fáceis de explicar.

Antes de ir a eles, porém, devo explicar porque fui contra a ideia em seu nascedouro. Eu vivi intensamente, como tricolor, a sofrida primeira metade dos anos 90 e frequentei muito o estádio. Foi lá que meu filho, pela primeira vez, viu o que era uma arquibancada e uma entrada do time em campo.

Em que pese toda a mística e tradição do estádio, na minha lembrança os jogos nas Laranjeiras estavam associados a engarrafamentos, dificuldade para estacionar e “apequenamento” do clube, ao jogar em um estádio que, nos últimos dias, abrigava no máximo oito mil pessoas. Com isso, a grande massa tricolor acabou sendo afastada da convivência com a arquibancada, um erro imperdoável.

A questão é que esse passado nada tem a ver com o projeto Laranjeiras, que tenho acompanhado mais de perto nos últimos tempos. O que temos é um projeto de restauração que vai muito além de reformar um estádio. Teremos um estádio com 15 mil lugares e uma série de propriedades capazes de gerar receitas. Entre essas propriedades temos: salão de convenção, arena para shows, camarotes, bares, publicidade e naming rights.

O que se propõe é que tenhamos duas casas: Laranjeiras e Maracanã. Laranjeiras abrigariam jogos de menor apelo do profissional, além de jogos do feminino e aqueles mais concorridos das categorias de base. Em outras palavras, jogo para menos de 20 mil pessoas, que não dá lucro no Maracanã, dariam lucro nas Laranjeiras. Isso quer dizer que tornaríamos o nosso match Day sempre lucrativo, ao contrário do que acontece na atualidade, quando pagamos para jogar.

Esse é só o primeiro passo para o fortalecimento econômico e financeiro do Fluminense. Dinheiro em caixa no lugar de prejuízos. Só isso já justifica plenamente que todos os tricolores se engajem e apoiem esse projeto, inclusive porque ele não prevê custos para o Fluminense na fase de construção. Tudo seria bancado por investidores, que obteriam retorno sobre o investimento explorando as propriedades físicas, de marketing e comerciais. Ainda que o Fluminense tivesse que colocar algum dinheiro nisso, valeria a pena o investimento.

O ganho econômico e financeiro não para aí. O Fluminense bateu recorde de faturamento em 2018, chegando a quase R$ 300 milhões. É uma notícia boa e, ao mesmo tempo, preocupante. Preocupante porque grande parte da bolada, quase R$ 120 milhões, vieram de transferência de atletas. Nada mudou em relação aos anos recentes, com o clube se enfraquecendo esportivamente para pagar despesas do dia a dia, como salários e impostos.

Se o Fluminense quer sair dessa condição, precisa gerar receitas. E muitas. Só assim poderemos voltar a ser um clube investidor. Laranjeiras, com ótima localização, pode se transformar numa mina de ouro. Sem contar que a ideia de alçapão, com pressão sobre o adversário, tem lá seus atributos do ponto de vista esportivo.

No mais, por tudo que tenho apurado, o projeto é viável. Não precisa de destombamento, é só enquadramento nas exigências do INEPAC, do Estatuto do Torcedor e do Corpo de Bombeiros. O projeto é bem elaborado e detalhado. O estádio hoje tem maior acessibilidade, pois tem duas estações de metrô próximas, além de numerosas linhas de ônibus vindo da Zona Norte e da Zona Sul. Ou seja, não há razão para ser contra ou motivos para não fazer.

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Indo ao futebol, eu tenho batido na tecla que precisamos ter dois meias de criação. Foi assim que começamos o segundo tempo, com Daniel e Guilherme. É assim que devemos atuar sempre.

A saída de Everaldo acabou denunciando algo que passara meio despercebido, até porque o time demorou a jogar mal. É que o Fluminense jogava torto, sempre pendendo para o lado esquerdo, o que nos tornou previsíveis. Quando Diniz colou Luciano em Yony Gonzáles, aproximando deles Guilherme, passamos a ter uma movimentação menos previsível, trazendo o apoio dos laterais e meias de forma mais harmônica. O time se tornou mais vertical.

A minha opinião é de que não tem mais nada que inventar. Mantém Gilberto, Matheus Ferraz, Nino e Caio Henrique. Deixa o Allan fazendo a função do Aírton, na qual se saiu bem, encontra um volante para encostar no Daniel para qualificar a transição, aproxima mais Ganso ou Guilherme do ataque e escolhe dois para atuar naquele setor entre Pedro, Yony e Luciano.

Quem será o segundo volante? O ideal, ao meu ver, seria o próprio Allan, com Caio Henrique fazendo aquela entrada entre os beques, mas, como não temos lateral esquerdo, eu optaria pelo Luís Fernando, que tem boa saída de bola, é alto e forte, atributos importantes para quem atua protegendo a zaga.

É isso: 3-1-4-2 neles e vamos para o penta!

Saudações Tricolores!

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