Podemos sonhar com a Copa do Brasil? (por Thiago Muniz)

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Meu caro amigo tricolor, uma pergunta lhe faço: podemos sonhar com a Copa do Brasil neste 2015?

Podemos sim, mas sempre com os pés no chão, um passo de cada vez, jogo a jogo do mata a mata, cálculo em cima de cálculo, tática por tática. Como dizia minha mãe: “Devagar com o andor que o santo é de barro…”. Mas quem espera sempre alcança, e o Fluminense não só está esperando como caminhando para frente.

Recordando o samba-enredo  da Mocidade Independente de Padre Miguel de 1992:

“Sonhar não custa nada
o meu sonho é tão real
Mergulhei nessa magia
era tudo que eu queria
Para esse carnaval…”

O Fluminense começou o ano de 2015 na lama e no poço, como muitos fizeram acreditar que essa era a realidade – e que convinha para outros. Especulou-se que a saída da Unimed não permitiria que o clube andasse com os seus próprios pés, criou-se alenda de que sem o coronel Barros o Fluminense morreria. O tempo e as pessoas mostraram que não é bem assim.

O Flu conseguiu um novo patrocinador master (aos lampejos, mas conseguiu), outro nos ombros, mangas e até na numeração. É claro que as cifras são menores do que em alguns anos da empresa operadora de planos de saúde, porém não são valores baixos.

Com seriedade e uma política de austeridade se consegue administrar bem com a receita que entra nos caixas do clube e até se pensar em mais. Basta querer.

O clube que possui a torcida mais elegante do Brasil já estava na hora de ter uma administração à sua altura. Só com o início da construção do CT na Barra da Tijuca já podemos ter uma nova ótica.

Falando de plantel, o Fluminense como sempre está formando bons jogadores oriundos de Xerém, em diversas posições, com qualidades suficientes para se chegar à maturidade técnica no elenco profissional.

Pelo menos nos últimos 15 anos a fábrica de craques de Xerém disponibiliza todo ano no mínimo entre três a quatro jogadores em condições de subir para o elenco principal, afora os jogadores que são negociados para o exterior e os que são emprestados para outros clubes na busca de maior experiência e conhecimento. Não é à toa que o clube se tornou um colecionador de títulos nas divisões de base.

Em 2015, com a redução dos investimentos e a saída de importantes jogadores dos últimos anos no plantel, o clube teve a necessidade de mesclar alguns atletas mais baratos com a efetivação de alguns jogadores vindos de Xerém.

Com o passar dos meses e uma campanha irregular no campeonato carioca, a diretoria passou a agir cautelosamente, porém com mais audácia ao mercado, com o intuito de reforçar a equipe com jogadores de mais qualidade.

Lamentável o Giovanni ter se machucado, pois estava num bom nível técnico, fazendo boas partidas, mas não é insubstituível. Podemos dar um crédito ao Renato nessa reta final. Uma boa conversa e treinamento o jogador pode ir mais longe, sabe avançar bem ao ataque, só que precisa se aprimorar mais no apoio a defesa. Acredito que o Jean possa correr por fora por ter experiência na posição.

No meio-campo, penso que Osvaldo e Gerson deveriam assumir cada um os seus lados para avançar, enquanto Gustavo Scarpa (o Coringa salvador) poderia jogar mais cadenciado, explorando a velocidade dos pontas para municiar o ataque. Reaproveitaria Edson recuado como um primeiro volante, permitindo com que o Cícero atue como o segundo. Pierre, Jean, Rafinha e Vinicius são bons jogadores prontos para uma reposição durante a partida ou em casos de contusão/punição.

Para o ataque, Fred é o titular absoluto. Ponto. Mas agora não tem mais só garotos que joguem ao lado dele. Pelo menos Lucas Gomes, Wellington Paulista e Marcos Junior são jogadores que podem ser aproveitados dependendo da tática que o técnico implementar. Sou grato ao Magno Alves, já pulei e gritei em muito gol que ele fez para o Fluminense, mas hoje a situação é diferente. Magnata tem quase 40 anos, não tem mais a velocidade de um garoto e a dinâmica de jogo dos clubes da série A são diferentes dos clubes da série B, onde ele fazia os seus gols pelo Ceará, mas ultimamente nem lá já estava no mesmo ritmo que outras temporadas. Magno Alves é um jogador para passar experiência aos jovens, mas ele mesmo tem que entender que não entrará nos jogos rotineiramente.

O plantel do Fluminense hoje está mais completo, com jogadores de reposição em quase todas as posições (eu disse quase, menos nas laterais), os jogadores vindos de Xerém podem treinar com jogadores mais experientes, isso ajuda em muito. Tirar o peso da responsabilidade precoce em alguns jovens para depositar em jogadores maduros é ótimo para um clube que quer alcançar bons resultados. Com treinamento, comprometimento e garra os nossos Guerreiros podem fazer bonito.

Campeonato Brasileiro, brigar pelo G-4 acho muito difícil, vide a distância em pontos dos concorrentes, mas tem plantel para ao menos brigar pela Sul-Americana. A Copa do Brasil já é uma realidade, vai depender da sinergia entre os jogadores, comissão técnica, dirigentes e a própria torcida.

Acreditar sempre, esse é o lema.

Por isso eu lhe respondo com o lobby mais famoso do presidente dos Estados Unidos Barack Obama: Yes, we can! (Sim, nós podemos!).

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: Ricardo Cassiano/Lancenet

CAPA O FLUMINENSE QUE EU VIVI AUTÓGRAFOS