Penalidade Máxima (por Heitor Teixeira)

Na coluna de hoje gostaria de estar falando de campo, táticas para o jogo de logo mais, o que o Fluminense vai poder fazer para enfrentar um Cruzeiro que vem jogando com qualidade, como lidar com o gramado prejudicado do Mineirão, essas coisas que a gente gosta de discutir acompanhando o futebol.

Infelizmente, fica impossível pensar nisso tendo em vista o que vem acontecendo nos últimos dias.

O escândalo da operação “Penalidade Máxima”, que investiga a manipulação de marcações em partidas das séries A e B do campeonato brasileiro, é um soco no estômago de qualquer pessoa apaixonada pelo esporte.

Desde o “boom” das casas de apostas online de uns anos pra cá, muito se brincava sobre alguns erros bizarros serem causados por esquemas envolvendo dinheiro. Era difícil acreditar que jogadores da Série A, de clubes com grandes torcidas e que recebem salários altos estariam envolvidos em operações tão baixas.

Os fatos revelados nos últimos dois dias escancaram o buraco em que nosso futebol pode estar metido, com suspeitos em grande parte dos times da primeira divisão.

Enquanto escrevia, veio a notícia: Vitor Mendes, zagueiro nosso que poderia muito bem atuar no jogo contra o Cruzeiro, foi afastado das atividades do Clube por ser mais um suspeito, citado por ter, supostamente, recebido quantia para tomar um cartão amarelo enquanto era atleta do Juventude.

É difícil demais pensar em jogo em um cenário desses, como será que está o vestiário do Flu, conhecido pelo seu clima unido, com um acontecimento desses. Do outro lado, Richard, peça chave do esquema do Cruzeiro, também foi citado e possivelmente não atuará na partida.

Se tiver jogo, coisa que já nem sabemos mais, que tudo siga o caminho do esporte, sem esses esquemas que ameaçam tanto a magia que encanta a tantos brasileiros.