Paradoxos tricolores na Recopa (por Claudia Barros)

Ano bissexto, ano com 366 dias e que só ocorre a cada quatro voltas da Terra em torno do Sol. Com tantas variações e transformações, 2024 já entrou para história do Fluminense.

Foi num 29 de fevereiro que o Flu conquistou, pela primeira vez, a Recopa Sul-Americana, torneio disputado entre o campeão da Libertadores, nós; e o campeão da Sul-americana, eles.

Talvez o Flu seja o único clube a ter tal conquista, nessa data.

O mais incrível é que, como lembrou Mônica Cury, além de tudo, nos anos não bissextos o Flu poderá comemorar o título por dois dias, no dia 28 de fevereiro e/ou no dia 01 de março. É só escolher!

Na verdade, pouco importa a data se o fato é indelével.

Há alguns paradoxos na conquista tricolor. O primeiro deles, é como um time repleto de jogadores mais velhos, alguns até acima do peso, teve como fiel da balança na vitória no Maracanã, exatamente tais jogadores. Com a entrada de Marcelo e Douglas Costa, o time começou a jogar bola. Essa dupla, somada a Renato Augusto, mudou o resultado do jogo.

O segundo paradoxo é do próprio dinizismo. Tendo como base a posse da bola e o deslocamento tático dos jogadores, para ganhar em volume sempre, o Fluminense de Diniz mesmo com 27 chutes à gol, contra 5 do adversário e mesmo com incríveis 77% de posse de bola, quase sucumbe à defesa armada e enjoada dos equatorianos.

Mas, para cada paradoxo há sempre um pouco de coerência e foi com ele, Jhon Árias, o ponto alto da festa, que a lógica venceu.

Seguro de si e convencido da sua potência, Arias além de ser onipresente em todas as partes do campo, tem habilidade invejável e uma identificação com o clube que já foi talhada nas tábuas da lei. Não bastasse tudo isso, o colombiano maravilhoso fez os gols que faltavam para o clube conquistar a inédita taça.

A LDU? Ah, é mesmo! Já ia esquecendo que jogamos contra eles e contra a cruel condição da altitude. Tirando isso e a provocação de sempre, sobra apenas a rima.

Assim, nessa inaugural coluna de 2024, um brinde à primeira conquista tricolor no ano, lembrando que “cada momento é um novo começo”, como diria T. S. Eliot.

Portanto, foco no novo começo e que venha o tri carioca!

Foto: Claudia Barros