Os trechos das colunas que foram publicadas aqui (por Paulo-Roberto Andel)

Continuo com a firme torcida por uma vitória na próxima quarta-feira e que o Fluminense avance para conquistar um de seus títulos mais improváveis. Mas resolvi espiar algumas colunas deste ano e concluí que alguns trechos definem bem o que eu reescreveria hoje. Assim sendo, vale o escrito. Sem casuísmos, sem alugar opiniões.

Acrescento uma postagem deste domingo no Facebook.

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05/07/2020 (Facebook)

Se o time chegou à final do turno sem marcar gols nas últimas três partidas, isso diz muito sobre o cenário, a competição e a total falta de clima para se ter futebol num momento como esse.

Para ser campeão e conquistar um dos títulos mais improváveis de sua história, o Fluminense precisará de uma atitude radical: trocar parte dos veteranos titulares, fazendo com que compreendam a necessidade de ter uma escalação mais rigorosa, do ponto de vista físico, e que passem a ser opções úteis em vez de prioridades indiscutíveis, aceitando o banco e as substituições numa boa. Vale para todos, inclusive Nenê e Fred.

O Flamengo tem mais time, mais gás, mais bastidores. Não é a primeira vez. Para superá-los, será preciso uma garra infinita e muita energia em campo – o contrário do que se viu neste domingo.

De toda forma, quarta-feira é um novo capítulo. E se o Fluminense conseguir a Taça Rio, do outro lado vão sentir.

É bem difícil, não é impossível.

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02/07/20

Desta vez não foi culpa do Ganso. Uma análise mais lúcida e menos imediatista permite compreender que o problema é bem mais complexo, com muitos gargalos. O Rafael criticou o Odair com classe e é justo. Não basta apontar um bode expiatório, é preciso bem mais.

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01/07/20

Quem acompanhou esta coluna em suas edições neste ano sabe da rejeição aqui registrada a um time com base de veteranos. Preconceito? Má vontade? Pinimba? Não. É apenas desconhecer que algum time no futebol brasileiro tenha tido uma jornada de sucesso com seis ou sete jogadores acima dos trinta e tantos anos de idade. Por exemplo, ninguém despreza o fato de Romário ter sido um dos maiores jogadores do futebol mundial, mas isso não o livrou de furar bolas e até cair sentado quando esticou sua carreira até os 40 anos de idade. Continuando: a montagem do time do Fluminense desprezou este aspecto esportivo. Resta saber como será daqui para a frente pelo resto da temporada.

Ou o Fluminense reveza todos os seus veteranos com inteligência e controlando os egos, algo sempre complicado, ou irá para a sua sexta temporada em oito anos na luta contra o rebaixamento, o que a torcida não aguenta mais.

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19/05/20

Boa sorte, presidente. Não sou teu devoto, respeito tua trajetória, sei do teu valor onde importa, boa parte da torcida te ama. Pense nisso.

Espero escrever histórias felizes. Tenha um ótimo mandato.

As camisas novas estão bonitas. Pegue a 9, seja feliz e faça a felicidade da turma.

O resto fica por conta do Francis.

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04/04/20

Quando a tempestade passar, e lutar contra ela é o principal, e todos precisamos muito disso, o que será do Fluminense?

E da nossa torcida?

Até quando a política tricolor será conduzida basicamente por adesismo, traições e casuísmo barato, parada nas piores práticas? Ou por internautas que mais parecem robôs a serviço da mediocridade e da mesquinharia?

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13/03/20

Pra quem não tem sequer um time titular em condições reais de disputa de alto nível, resta saber o que os suplentes tricolores podem aprontar. Vamos lá torcer por eles, mas confiar desconfiando, tal como dizia o nobre Marechal Floriano. E depois na quarta-feira contra o Figueirense, partida que já se tornou dramática pelas circunstâncias.

É certo que Odair tem pisado na bola. Pronto, sem dúvida. Mas me pergunto se o mau desempenho é fruto exclusivo das escalações e substituições extraterrestres do treinador.

Será, apenas será isso ou, de certa forma, nós, torcedores, não começamos as novas temporadas cometendo o erro crasso de sempre, que é a cada ano ver nos elencos do Fluminense uma superioridade que simplesmente não se realiza na prática, sendo mais fruto do sentimento do que de qualquer outra coisa? Caímos ou não no conto da carochinha de dirigentes e jornalistas?

Futebol é resultado e ninguém se segura com derrotas nas costas, seja quem for. Agora, se o pior vier, uma coisa é certa: Odair pode ser até um dos principais culpados, sem dúvidas, mas está longe de ser o único. Num clube que não disputa títulos fundamentais praticamente há oito anos, e que nos últimos sete lutou em vários para não cair de divisão, há muito a ser feito.

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28/02/20

O problema do Fluminense vai muito, muito além de (muitas) más atuações nos últimos anos, pouco importando as classificações ou não nas competições. É uma conjuntura devastadora do ponto de vista administrativo-econômico somada a doses de empirismo, contratações para lá de duvidosas ou carnavalescas, uma panelinha para lá de escrota e um carnaval de palavras frouxas arremessadas ao vento, que levam do nada ao lugar nenhum. Em vez de se encarar a realidade para evitar uma catástrofe à frente, empurra-se com a barriga, joga-se frases de efeito para a torcida e a claque aplaude até cocô na própria cara. As pessoas com mínima exigência sobre a tradição do Fluminense já se encheram de vez da mesma ladainha que encarde o clube há quase uma década, disfarçada de “novo” Tricolor…

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20/02/20

O problema do Fluminense vai muito além da eliminação. Muito. É um problema de identidade, de empatia, de quem estar na situação achar que quem não lambe suas botas é inimigo, é o amadorismo trajado de personalité. É a arrogância, o pedantismo e, às vezes, a certeza da própria mediocridade.

Um problema longo, agravado nos últimos anos, mas que não começou agora nem ano passado. Afinal, lutar cinco vezes contra o rebaixamento em sete anos é a realidade tricolor.

Em vez de trocar ideias, trocam ofensas pela internet, o que jamais teriam coragem de fazer cara a cara. Quanta gente eu não vi nestes últimos anos se matando por causa de fanatismo para defender dirigentes? Por convicção e promessa de boquinha, muitas vezes não cumprida e que explica muita boquirrotagem por aí.

Para atender aos interesses políticos, a torcida da arquibancada foi pulverizada. Afinal, é de lá que saiam as manifestações em momentos ruins. Por isso, hoje, tem até gente que é contra o pó de arroz, acreditem.

Falsas promessas que ano após ano saem de bocas diferentes mas com o mesmo texto.

O Fluminense, que fez o futebol brasileiro ganhar o tamanho de pentacampeão mundial, é o mesmo clube onde ex-dirigentes (sem conhecimento da lei) sonham em destruir o estádio das Laranjeiras, não satisfeitos em terem destruído as contas do clube.

Em campo, somos uma soma de imediatismos, improvisações e empirismos. Não é por ontem não, gente: é o pacote. Se nada for feito, daqui a pouco o Fluminense completa dez anos sem ganhar nada relevante. E o discurso oficial continua arrotando um caviar que não existe.

Bom, Fred vem aí, com seus prós e contras. Mas que ninguém se iluda: ele terá o maior – e último – desafio de sua carreira: não destruir a própria idolatria construída com seus gols. E, por mais que sua qualidade de artilheiro prevaleça, isso não é garantia de boa campanha, vide 2015.

Panorama Tricolor

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