Os grandes contratos (por Paulo-Roberto Andel)

Ok, felicidade ampla, quase geral e quase irrestrita com a chegada de Ganso. Mesmo que não jogue 50% do que já fez, tem potencial para melhorar muito o meio de campo do Fluminense.

Se a grande contratação significará efetivamente um reforço em termos técnicos e físicos, é outra história. Agora, é melhor ter esperanças nele do que nos perebas por aí.

Curioso mesmo é o de sempre, que não se limita ao Flu: o contratão. Cinco anos de vínculo. Sinceramente, alguém sabe dizer que grande jogador de grande clube brasileiro tenha honrado um contrato tão longo?

Não vale renovação, digo na lata mesmo: cinco anos e tudo bem.

Alguém se lembra? Cartas para esta redação. Três anos já vale. Tem, mas é pouco. Bem pouco.

No Flu, especialmente na Era Unimed, recheada de cracaços e outros nem tanto, e outros bem longe da intimidade com a bola, não faltou contratão – e a maioria, claro, não teve o devido cumprimento.

Repita-se: não é prática exclusiva do Fluminense, mas de todo o football brasileiro.

Dia desses me peguei pensando: e esses jovens jogadores por aí que são negociados por valores astronômicos, para voltarem ao Brasil meses depois? Tem um monte, é só pesquisar. Caso mais recente foi o Vizeu, que fez juras de amor ao rival, se mandou, voltou e agora ama o Grêmio de paixão… E o Hernanes que já voltou para o São Paulo umas trocentas vezes? O próprio Flu teve dois jogadores de famoso vaivém: Thiago Neves e Roger O Maradoninha.

A lógica do sistema é perversa e explica muita coisa, a começar por candidatos “apaixonados” ou “sonhadores” completamente loucos de tesão por administrar uma empresa que deve 400, 600, 700 milhões de reais ou um bilhão, números assustadores até mesmo para experientes calculistas. E a TV fazendo o que quer, na condição de cheque especial, priorizando seus prediletos…

Voltando ao caso tricolor: torço muito para que Ganso desafie definições, consiga mostrar em campo seu grande futebol e em plenas condições físicas, ajudando o Fluminense a melhorar em campo. Que dê certo, nem que seja por um, dois ou três anos. Cinco a gente sabe que não rola. Ninguém cumpre, ninguém.

Se acontecer agora, é zebra das grossas em todos os sentidos.

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Mais uma vez garfados contra o Vasco… Mais uma vez o silêncio…

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“Um botequim de Copacabana” é meu vigésimo quinto livro entre autorias e coautorias. Certamente o mais divertido que já escrevi

Ele sai pela Vilarejo Metaeditora agora em fevereiro, com direito a lançamento no mais novo point cult da cidade, o Sebo X – Praça Tiradentes 9, sala 611, Centro do Rio.

Assim que confirmar a data de lançamento, aviso.

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